Há cerca de 20 anos, o regente João Mauricio Galindo dava início a um dos projetos mais festejados no meio musical, o Aprendiz de Maestro, que contava com o ator Cássio Scapin. Em uma parceria de sucesso com o dramaturgo e diretor Paulo Rogério Lopes, que elabora os textos e assina a direção artística, os concertos estão de volta, a partir deste sábado, 4, na Sala São Paulo, região central da capital.
No decorrer desse tempo todo, o projeto foi se firmando até conquistar o direito de fazer parte da programação musical paulista. "É uma mistura de concerto com teatro para crianças e com um cunho didático, no sentido de fazer a criançada criar o gosto por assistir a um concerto", explica o maestro Galindo, que ressalta a importância de ter sido abraçado pela Tucca (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer).
<b>MÚSICA E TEATRO</b>
Para esta primeira apresentação do ano, ao todo serão oito, o programa tem como título O Carnaval dos Animais Espaciais e conta com o grupo Pia Fraus, com seus animais gigantes, como convidado. Como explica o maestro, para esse concerto eles usaram como base o Carnaval dos Animais, do francês Camille Saint-Saëns.
"Paulo Rogério bolou uma história em que a gente recebe um robô intergaláctico, que é nosso amigo, que chega aqui dizendo que os outros planetas não estão acreditando que existe vida na Terra, acham que isso é fake news", explica. Como solução, será feito um desfile de carnaval de animais pela Avenida Láctea para mostrar aos ETs que, sim, existe vida na Terra, conta Galindo.
Levar música clássica a esse público exigente que é o infantil, como conta o regente, é algo que não pode ser feito de forma convencional, não dá para tocar um concerto completo de Beethoven, por exemplo, pois seria algo que obteria efeito contrário ao desejado. "Após decidirmos o tema da apresentação, Paulo Rogério parte para a pesquisa e cria uma história", afirma Galindo. Em seguida, há a seleção das canções. "Eu escolho alguns trechos de músicas, de 2 minutos ou pouco mais, e o segredo é esse, afinal, você não vai querer tocar uma sinfonia inteira para a criança, ela não tem cabeça para ouvir isso."
Além da parte sonora, o apelo visual é muito relevante para prender a atenção dos pequenos. "Agora teremos conosco o grupo Pia Fraus e seus bonecos, mas também costumamos trabalhar com bailarinos", completa o maestro, que destaca a importância da questão visual. E comemora o fato de o espetáculo ser do tipo que prende a atenção das crianças e agrada aos adultos, que também aprendem com ele.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>