A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, afirmou nesta quinta-feira, 9, que o resultado do banco no primeiro trimestre deste ano é recorde para este período pelo segundo ano consecutivo. De acordo com ela, o BB é muito similar a uma parceria público-privada (PPP), dada a composição de seu capital.
"Apresentamos o melhor primeiro trimestre da história pelo segundo ano consecutivo. Esse resultado nos permite ter impactos positivos na sociedade", disse ela, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no primeiro trimestre.
No período da noite da quarta-feira, o Banco do Brasil informou que encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 9,300 bilhões, um aumento de 8,8% em relação ao mesmo período de 2023. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, o resultado do banco teve queda de 1,5%.
Tarciana Medeiros destacou que a União controla o BB com pouco mais de 50% das ações, e que o restante está em circulação no mercado, sendo que apenas em pessoas físicas, o banco tem mais de 1 milhão de acionistas, a quem presta contas dos resultados. Ela afirmou ainda que a gestão do banco tem a participação de todos esses agentes.
"Atuamos na prática, e com êxito, como se fôssemos parceria público-privada", afirmou a executiva.
Ela disse que ao longo do restante deste ano, o BB pretende seguir avançando em linhas com margem ajustada a risco vista como adequada, como o crédito consignado.
<b>Distribuição de proventos aos acionistas no curto prazo</b>
O vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do Banco do Brasil, Geovanne Tobias, disse que o banco não deve aumentar a distribuição de proventos aos acionistas no curto prazo.
"Não há espaço para ampliação do payout, nós entendemos que 45% (do resultado) é o patamar adequado", disse ele, na coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no primeiro trimestre.
Até o ano passado, o BB distribuía 40% dos resultados, e aumentou esse patamar diante dos índices de capital e da demanda dos acionistas, em especial os minoritários.
<b>Impacto do RS nos resultados</b>
O vice-presidente de Negócios de Atacado do Banco do Brasil, Francisco Lassalvia, disse que ainda é cedo para mensurar os efeitos do evento climático no Rio Grande do Sul sobre o banco. De acordo com ele, pode haver impacto nas receitas de serviços e em parte do crédito para o agronegócio, mas será limitado.
"Existe um impacto em serviços e em colheita não feita, mas temos mitigadores", afirmou Lassalvia.
A presidente do BB, Tarciana Medeiros, disse que os bancos e o País precisam estar preparados para eventos como o do Rio Grande do Sul, que ela considerou sem precedentes na história do País. "Eventos como este serão cada vez mais frequentes."
A vice-presidente de Negócios de Varejo do banco, Carla Nesi, afirmou que cerca de 35% das 350 agências do BB no Estado foram impactadas total ou parcialmente pelas enchentes.
"Nossa medida inicial foi prover a nossa clientela com atendimento remoto. Toda a demanda que chega por atendimento, estamos transbordando para outras estruturas do País", disse ela.
<b>Carteira agro relevante, mas diversificada</b>
O Rio Grande do Sul corresponde a 6% da carteira de agronegócios do Banco do Brasil, e a 4% da carteira total do banco. "Não é o Rio Grande do Sul que deve mexer no ponteiro do nosso índice de cobertura contra a inadimplência", afirmou o vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince.
Ele disse que o banco começou a dar e continuará lançando condições especiais aos clientes gaúchos. "Temos várias iniciativas sendo pensadas para o Rio Grande do Sul, principalmente agro e micro e pequenas empresas", afirmou Prince.
De acordo com ele, a carteira agro do BB tem diversificação geográfica suficiente para mitigar os riscos de eventos localizados.
"Boa parte da carteira agro tem cobertura por seguros", afirmou o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Gustavo Lage.