O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, vai retomar as operações de embarque e desembarque de passageiros na próxima segunda-feira, após praticamente dois meses sem atividades. Os serviços de check-in e despacho de bagagens também voltarão a ser realizados no local. Já os voos continuarão, por enquanto, partindo da base aérea de Canoas, município vizinho, até que a pista de pousos e decolagens seja liberada.
Nesta primeira etapa de retomada, as atividades serão concentradas na área internacional do aeroporto. Atualmente, os serviços são realizados no Park Shopping Canoas.
O acesso de passageiros será feito pela rampa externa que leva ao segundo piso, com entrada pelas portas 5 e 6. Lá, serão realizados check-in, despacho de bagagem e inspeção de segurança. Depois, os passageiros vão embarcar em ônibus até a base militar.
A concessionária Fraport Brasil ainda está avaliando os danos da inundação no aeroporto e espera retomar completamente as operações até dezembro. Áreas internas e externas do terminal aéreo ficaram alagadas durante quase todo o mês de maio, quando a capital gaúcha foi tomada pela enchente histórica do Lago Guaíba. Os fortes temporais causaram o pior desastre climático já registrado no Rio Grande do Sul.
Uma primeira estimativa indicou que a reconstrução custaria ao menos R$ 300 milhões em investimentos. Além dos impactos na pista, a inundação comprometeu a estação de energia e os sistemas de TI do aeroporto.
Voos comerciais com origem ou destino à capital gaúcha foram redirecionados para a base de Canoas no fim daquele mês. A operação emergencial, contudo, não é suficiente para absorver todos os voos.
Há um mês, a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul identificou que apenas 14% dos voos programados para o Aeroporto Salgado Filho foram realocados para outros terminais. O número preocupou o governo gaúcho, que teme ainda mais impacto sobre a atividade econômica local.
"Essa queda abrupta traz graves prejuízos ao setor de turismo e de eventos do Estado. Os aeroportos destacados em Santa Catarina têm uma distância rodoviária. Nossos aeroportos regionais precisam de uma complementação de malha aérea para destinos como São Paulo", afirmou o secretário de turismo do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Rodriguez, à <i>Coluna do Estadão</i>.
Os dados são de um estudo da ForwardKeys, encomendado pelo governo gaúcho. Até abril, o Rio Grande do Sul fez conexões com sete países e operou 657 voos semanais por sete companhias aéreas, com mais de 1,7 milhão de assentos programados. Comparado ao mesmo período de 2023, houve um crescimento de cerca de 15% na capacidade de assentos internacionais.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>