As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam com instabilidade nesta quinta-feira. Após uma abertura em queda, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) passaram a exibir alta das taxas.
Profissionais do mercado atribuem o ajuste a uma virada nos juros dos títulos americanos, que poderá ter impacto também no câmbio. Além disso, seguem atentos aos próximos passos do Banco Central brasileiro, que nesta quinta-feira divulgou o seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Assim como ocorreu nos dois eventos mencionados acima, o teor do documento confirmou sinalizações anteriores e deve ser recebido sem surpresas no mercado. No entanto, o tom "hawkish" (duro) do Banco Central nas últimas comunicações foi mantido. Assim, as atenções agora se concentrarão na entrevista dos dirigentes do BC para falar sobre o documento, prevista para as 11 horas.
No RTI, o Banco Central manteve suas estimativas de inflação para anos de 2021 a 2023 no cenário de referência. Segundo o documento, este cenário indica um IPCA de 10,2% para este ano, 4,7% no próximo e 3,2% no seguinte. Essas projeções constaram na ata e no comunicado do último encontro do Copom. O BC ainda informou projeção de 2,6% para 2024, de 2,8% no documento de setembro.
A estimativa para 2021 segue bem acima da margem de tolerância da meta (3,75%, com 1,50 ponto porcentual de banda), enquanto, para 2022, se aproxima do teto (5,0%).
Para 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 1,75% a 4,75%). Já para 2024, o objetivo é de 3,0%, com tolerância de 1,5% a 4,5%. No último relatório Focus, os economistas projetaram alta de 10,05% no IPCA de 2021, de 5,02% em 2022 e de 3,46% em 2023, além de 3,09% em 2024.
Às 10h19, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 11,59%, ante 11,55% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,59%, ante 10,54%. E o vencimento de janeiro de 2027 estava em 10,45%, ante 10,39%.