Em um pregão vespertino marcado pela estabilidade, o Ibovespa acabou ganhando tração na reta final da sessão de negócios diante da aceleração do ritmo de alta de seus pares em Nova York e, localmente, um avanço mais forte das ações da Vale – que passou o dia valorizada impulsionada pela cotação do minério de ferro, que rompeu marca dos US$ 200 por tonelada no porto chinês de Qindao.
Também contribuiu o dólar em queda atingindo o menor nível desde 14 de janeiro. A divisa americana fechou o dia no segmento à vista em queda de 1,62%, a R$ R$ 5,2779.
O Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,30%, aos 119.920,61 pontos com giro financeiro de R$ 36,3 bilhões.
"A gente teve a Vale com movimento muito expressivo e os outros ativos chamados de primeira linha, os mais negociados, em queda. Há, pontualmente, movimentos relacionados às questões corporativas, com o resultados dos balanços", nota Ariane Benedito, economista da CM Capital.
Pelo lado negativo, ações do setor financeiro e da Petrobras, que acompanhou a queda das cotações dos contratos futuros de petróleo nesta quinta-feira em razão da percepção no mercado de que a piora da pandemia na Índia representa riscos para a demanda.
Ainda que os índices pares em Nova York oscilassem em alta nesta tarde, analistas apontam que a agenda esvaziada deixou os investidores na bolsa local em compasso de espera pelo resultado dados do mercado de trabalho americano, o payroll, na sexta-feira.
"Vamos para o tudo ou nada no mercado acionário com o payroll", disse Benedito, que espera que as informações venham melhores do que as divulgadas no mês anterior, mas abaixo das expectativas dos agentes do mercado, o que pode amenizar o mau humor.
"Há pitadas de coisas aleatórias, como mais uma questão envolvendo a China e o presidente Jair Bolsonaro. Vão se somando ruídos, coisas de curto prazo e as pessoas vão perdendo o ânimo de alocar capital", afirmou um analista, colocando nesse contexto também o avanço do coronavírus com descobertas de nova variante no Brasil.
Nesta quinta-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, afirmou que o país se opõe "firmemente" à tentativas de "politizar e estigmatizar" o coronavírus. "O vírus é o inimigo comum da humanidade. A tarefa urgente agora é que todos os países se unam na cooperação antiepidêmica e se esforcem por uma vitória rápida e completa sobre a epidemia", disse Wenbin.