Fora da disputa por medalha nos 200 metros, a velocista brasileira Vitória Rosa fez um desabafo nesta segunda-feira sobre as dificuldades para chegar até Tóquio. A atleta está sem patrocínio e teve salário do clube reduzido durante a pandemia do novo coronavírus. A emoção dela contagiou fãs, que fizeram uma corrente de carinho nas redes sociais.
"Muito obrigada pelas mensagens. Por tudo mesmo. Só Deus sabe o quanto as coisas são difíceis, o quanto lutei dentro e fora da pista, porque isso (a Olimpíada) é algo que estava almejando faz tempo, para as coisas acontecerem… Estou feliz de estar aqui, pela oportunidade. Mas eu me cobro muito. Fica de experiência para a próxima. Quero sempre mais", disse Vitória Rosa, em uma postagem no Instagram, passado o sufoco.
Segunda colocada no Pan de Lima-2019 e integrante fixa do revezamento, a velocista chegou confiante para a disputa. Mas acabou largando mal e não conseguiu se recuperar, fechando com 23s59, bem abaixo de sua melhor marca, os 22s62 conquistado no Peru. Ficou somente em sexto na bateria e não segurou a emoção.
"Estou muito feliz por estar aqui, foi um ano muito, muito, muito difícil. Além da pandemia, tive uma fratura por estresse, estou sem patrocinador, com salário reduzido e consegui me manter", desabafou, com olhos embargados. "Vim tentar por todas as pessoas que estão comigo. Independentemente das dificuldades, não seria justo deixar de tentar. Embora a gente queira sempre estar numa final, não deu", lamentou.
A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) rebateu as declarações de Vitória Rosa. "Teve recursos e estrutura para preparação em todo o ciclo olímpico. É atleta do EC Pinheiros, integra o Programa Bolsa Atleta – Atleta Pódio do Governo Federal do Ministério da Cidadania (desde 19/03/2020), integra o Programa de Apoio a Treinadores e Atletas Rumo a Tóquio 2020 – 2019 a 2021 (CBAt), além de receber recursos da Marinha (a única fonte que citou em sua declaração). Também tem à sua disposição toda a estrutura médica necessária da Prevent Senior, patrocinadora do atletismo brasileiro na área de saúde", informou a entidade em uma nota oficial.
"Vitória sempre esteve inserida em todos os programas da Caixa para as seleções brasileiras no ciclo olímpico. É uma atleta, portanto, que conta com amplo apoio financeiro e de estrutura de clube, de programas do Governo e de patrocínio, CBAt e COB (Comitê Olímpico do Brasil)", prosseguiu a entidade que comanda o atletismo brasileiro.