Enquanto o governo federal não bate o martelo sobre quem vai assumir a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a função está sendo exercida interinamente por Vinícius Behrmann Bento.
Uma portaria publicada <i>Diário Oficial da União</i> no mês passado designou Bento para "exercer o encargo de substituto eventual" no caso de "afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância da função". O texto é assinado por Diego Galdino de Araujo, secretário-executivo adjunto do Ministério da Justiça.
Na PRF há vinte anos, Bento foi corregedor regional na superintendência em São Paulo e chefe do núcleo de assuntos internos da Corregedoria na Bahia. Ele agora pode passar de corregedor-geral interino para efetivo.
Cabe ao corregedor da PRF conduzir investigações administrativas e processos disciplinares. A troca no setor não estava prevista. O inspetor Wendel Benevides Matos teria mandato até novembro, mas o governo decidiu exonerá-lo alegando suspeita de parcialidade. A decisão está amparada por um parecer da Controladoria-Geral da União (CGU).
Matos havia sido indicado para o cargo em setembro, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e um mês antes das eleições. A atuação da corporação no segundo turno está sendo investigada. A PRF desobedeceu o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e abordou ônibus de passageiros, sobretudo no Nordeste, reduto eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Como mostrou o <b>Estadão</b>, a PRF promoveu trocas em todas as superintendências nos primeiros meses do governo Lula em uma tentativa de abandonar o bolsonarismo e retomar o foco operacional, sem alinhamento político ou ideológico.