O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou, nesta terça-feira, 11, que vai aumentar a intensidade e a frequência das ações militares na Faixa de Gaza. A declaração do premiê, registrada em vídeo, veio após a confirmação de que duas mulheres israelenses morreram após a explosão de foguetes lançados pelo grupo palestino Hamas no sul do país, na cidade de Ashkelon.
"Na conclusão de uma avaliação situacional, foi decidido que tanto o poder dos ataques quanto a frequência dos ataques serão aumentados", disse Netanyahu.
As mortes das mulheres, uma de 40 anos e outra de 65, foram confirmadas por um porta-voz da Magen David Adom – o equivalente da Cruz Vermelha em Israel. A identidade de ambas, no entanto, não foi confirmada.
Segundo as informações oficiais divulgadas até o momento, essas são as primeiras vítimas israelenses nos confrontos que ocorreram entre a noite de segunda-feira, 10, e a madrugada de terça.
Pelo lado palestino, ao menos 26 pessoas foram mortas pelos ataques aéreos. Autoridades de Saúde palestinas apontam que, entre as vítimas, estão nove crianças. Pelo menos sete membros de uma mesma família, incluindo três crianças, foram mortos em uma explosão no norte de Gaza, cujas origens são desconhecidas.
Desde segunda-feira, militantes palestinos dispararam mais de 300 foguetes contra Israel. O sistema anti-míssil da Cúpula de Ferro de Israel interceptou mais de 90%, segundo disse o porta-voz do Exército Jonathan Conricus. Os israelenses responderam aos foguetes com 130 caças e ataques de helicópteros contra alvos militares no enclave palestino, que matou 15 comandantes do Hamas e da Jihad Islâmica, disse Conricus. O segundo grupo armado confirmou a morte de dois de seus líderes.
Mais foguetes foram disparados do enclave palestino na terça-feira, quando o braço armado das brigadas Qassam afiliadas ao Hamas prometeu transformar a cidade israelense de Ashkelon no "inferno". O ministro da Defesa, Benny Gantz, autorizou um pedido do exército para mobilizar 5.000 reservistas, se necessário.
<b>Aumento da violência</b>
Enquanto Israel celebrava o Dia de Jerusalém na segunda-feira, 10, marcando a captura de partes orientais de Jerusalém na guerra árabe-israelense de 1967, a violência irrompeu na mesquita, o terceiro local mais sagrado do Islã.
O Crescente Vermelho Palestino disse que mais de 300 palestinos ficaram feridos em confrontos com a polícia que disparou balas de borracha, granadas de atordoamento e gás lacrimogêneo no complexo, que também é reverenciado pelos judeus nos locais dos templos bíblicos.
"As organizações terroristas cruzaram a linha vermelha no Dia de Jerusalém e nos atacaram, nos arredores de Jerusalém", disse Netanyahu. "Israel responderá com muita força. Não toleraremos ataques em nosso território, nossa capital, nossos cidadãos e nossos soldados. Quem nos atacar pagará um preço alto", disse ele.
A pedido da Tunísia, o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se com urgência nesta segunda-feira para avaliar a violência dos últimos dias em Jerusalém, mas sem chegar a um acordo sobre uma declaração conjunta, já que os EUA consideram que por enquanto não era apropriado lançar uma mensagem pública, disseram diplomatas.
Depois de novas consultas feitas à tarde sobre a possibilidade de publicar um texto comum pedindo uma redução da escalada, vários diplomatas disseram à agência France Presse que nenhuma declaração deveria ser emitida nesta segunda-feira.
Pela manhã, os EUA explicaram aos outros 14 membros do Conselho, em reunião por videoconferência realizada a portas fechadas, que estavam trabalhando nos bastidores para acalmar a situação e disseram não ter certeza de que neste momento um comunicado poderia ajudar. (Com agências internacionais)