O balanço da Vale do quarto trimestre, a valorização do minério de ferro em Dalian, na China, e o viés de alta em Nova York limitam a queda do Ibovespa iniciada na manhã desta sexta-feira, 23, após abrir em alta.
A queda superior a 1,00% do petróleo no exterior, em meio à percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vai demorar para começar a cortar os juros, pesa nos papéis da Petrobras, contaminando o Índice Bovespa moderadamente.
"Não há grandes novidades nos mercados em relação ao noticiário, à agenda e a falas de diretores do Fed", observa Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.
Conforme acrescenta o economista da Claritas, a semana caminha para terminar com a visão de que os membros do banco central dos EUA seguirão cautelosos em relação à condução da política monetária do país.
"O Waller reforçou que ainda não é o momento de cortar os juros", diz, completando que a agenda de indicadores da próxima semana terá divulgações importantes que poderão guiar os mercados, como o índice de inflação PCE dos EUA e o PIB do país. Na quinta, o diretor do Fed Christopher Waller afirmou que indicadores recentes da economia dos Estados Unidos reforçam a visão de que "não há pressa em começar a cortar os juros".
Os índices futuros de ações de Nova York avançam sutilmente, após ontem o forte avanço ontem das bolsas dos EUA depois da divulgação, na quarta à noite, do resultado trimestral robusto da Nvidia, fabricante americana de chips.
Apesar do rali em Wall Street ontem, o Ibovespa subiu apenas 0,16%, mas defendeu o nível dos 130 mil pontos recuperados na quarta-feira e avançou pelo sexto pregão consecutivo. Assim, caminha para fechar com ganhos pela terceira semana seguida. Até agora, sobe 1,00% no período.
Por voltas das 11 horas, o Ibovespa caía 0,19%, aos 129.994,994,35 pontos, na mínima, após alta de 0,29%, na máxima aos 130.624,33 pontos. Petrobras cedia 0,59% (PN) e -0,82% (ON). Além disso, destaque ao setor de grandes bancos, cujos papéis cediam.
As ações da Vale avançavam perto de 2,0%. Ontem após o fechamento da B3, a Vale informou lucro líquido de US$ 2,418 bilhões no quatro trimestre de 2023, queda de 35% ante igual período de 2022. O dado ficou 41% abaixo da média das expectativa das seis casas consultadas pelo Prévias Broadcast.
Em 2023, a mineradora somou US$ 7,983 bilhões em lucro, 52,2% em relação a 2022. Já o Ebitda ajustado da companhia ficou em US$ 6,334 bilhões no quarto trimestre, resultado 37% superior ao visto no último período de 2022.
Para a Guide Investimentos, os números da Vale ficaram em linha com o esperado, mas ressalta que o anúncio do pagamento de dividendo de R$ 2,74/ação a acionistas deve ser bem recebido pelos investidores.
Além da Vale, destaque ao balanço da B3, cuja ação cedia 0,55%. A B3 reportou lucro líquido recorrente de R$ 1,057 bilhão no quarto trimestre de 2023, queda de 8,2% em comparação com o mesmo intervalo de 2022, e recuo de 8,7% frente ao terceiro trimestre.