Estadão

Após três perdas, Ibovespa sobe 0,55%, a 116,7 mil pontos, com NY e petróleo

Novo avanço do petróleo e a expectativa de definição sobre a troca de comando na Petrobras, na assembleia desta quarta-feira, deram impulso às ações da estatal na sessão (ON +2,46%, PN +2,13%), carregando o Ibovespa para cima nesta quarta-feira, mas sem o impulso visto em Nova York, onde os ganhos chegaram a 2,03% no fechamento (Nasdaq). Aqui, em dia de vencimento de opções sobre o índice, a referência da B3 encerrou com ganho moderado, de 0,55%, a 116.781,96 pontos, ainda assim, interrompendo sequência de três perdas. Nesta quarta, oscilou entre mínima de 116.149,68, da abertura, e máxima de 117.329,40 pontos, com giro financeiro a R$ 68,1 bilhões. Na semana, ainda cede 1,30% e, no mês, 2,68% – no ano, o ganho está em 11,41%.

"A alta do Ibovespa foi impulsionada pelas exportadoras de commodities. Houve também os dados de varejo referentes a fevereiro, acima da expectativa, mas a retomada do rali do petróleo foi o grande catalisador do dia, o que reforça, por outro lado, as preocupações quanto ao cenário inflacionário. As afirmações da Rússia, de que as negociações de paz sobre a Ucrânia chegaram a um beco sem saída, continuam a alimentar a perspectiva de aperto na oferta da commodity, mesmo com a Opep se dizendo capaz de suprir parte dessa oferta potencialmente perdida da Rússia e diante também de retomada de demanda na China, com o relaxamento das restrições da covid-19", diz Victor Lima, analista da Toro Investimentos.

Por outro lado, o minério de ferro voltou a recuar na sessão asiática, "com o número de casos no país (China) ainda pesando", aponta em nota a Guide Investimentos. Em sentido contrário ao da Petrobras, Vale ON fechou o dia em leve alta de 0,03%, após ter registrado perdas moderadas até perto do fim da sessão. Os dados do setor externo chinês também não foram favoráveis, com recuo de 0,1% nas importações em março, apesar da alta de 8% prevista pelo mercado, segundo pesquisa da Reuters, acrescenta a Guide. Contudo, o petróleo e outras commodities de guerra seguem em alta, na esteira da fala de Putin (na terça-feira), em que o presidente russo reiterou que as negociações (de paz) haviam estagnado."

Assim, após recuperação de 6% na terça, o petróleo estendeu os ganhos nesta quarta-feira, perto de 4% na sessão, com o Brent de volta a US$ 108 por barril e o WTI, a US$ 104, tendo ambas as referências fechado a segunda-feira abaixo dos três dígitos.

"O relaxamento do lockdown em Xangai, na China, colocou o petróleo em alta pelo segundo dia consecutivo, e o Ibovespa chegou a subir perto de 1%, também com os dados do varejo (no Brasil), melhores do que o esperado para fevereiro", diz Patricia Krause, economista-chefe para América Latina da Coface.

"Lá fora, para as ações, o dia foi de recuperação com os investidores mostrando mais otimismo neste início da temporada de balanços do primeiro trimestre, em que Delta Airlines foi destaque, impulsionando também ações de outras companhias aéreas americanas", acrescenta Lima, da Toro.

"Mercado esteve animado hoje lá fora e o dólar se manteve estável (no Brasil, +0,26%, a R$ 4,6887 no fechamento), com Bolsa também em alta por aqui. Destaque na B3 para os setores financeiro (Bradesco PN +1,03%) e de materiais básicos (CSN ON +2,29%), assim como para o imobiliário. Os dados do varejo, com alta de 1,1% nas vendas, animaram o mercado. Os juros futuros subiram, com a expectativa de que o BC dê mais aumentos (na Selic) para controlar a inflação. O mundo segue atento ao aperto monetário, em toda parte", diz Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos.

Apesar da perspectiva restritiva na condução da política monetária, com as commodities pressionando as leituras sobre inflação em todo o mundo, o desempenho positivo das vendas do varejo deu respiro para parte das ações de consumo nesta quarta-feira, com Magazine Luiza em alta de 1,01%, entre as mais negociadas da sessão. Na ponta do índice, destaque para Ultrapar (+4,03%), à frente de Eletrobras PNB (+3,81%), de Cemig (+3,43%) e de Minerva (+3,26%). No lado oposto, CVC (-2,81%), EDP Brasil (-2,53%), Pão de Açúcar (-2,32%) e Marfrig (-2,07%).

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