Terceira colocada no primeiro turno presidencial deste domingo, 22, na Argentina, Patricia Bullrich anunciou nesta quarta-feira, 25, que apoiará o ultraliberal Javier Milei. Em entrevista coletiva, ela fez duras críticas ao governo atual do presidente Alberto Fernández, que tem Sergio Massa como ministro das Finanças. Primeiro colocado no primeiro turno, Massa disputará a presidência com Milei no dia 19 de novembro.
"A urgência nos interpela a não ser neutros para evitar a continuidade do kirchnerismo", afirmou Bullrich, na coletiva. Segundo ela, o atual governo é "o pior da história" e sua continuidade aprofundaria problemas, como a cooptação do Judiciário e do Legislativo e "privilégios de poucos que condenam a maioria ao fracasso econômico".
Patricia Bullrich disse que "tem diferenças" com Milei. Mas acrescentou que a questão agora é entre a continuidade do projeto atual ou uma mudança. Ela lembrou que a maioria dos votos no domingo foi pela mudança. "Temos a obrigação de não ser neutros", insistiu. A ex-ministra da Segurança do país defendeu medidas como o fim da emissão monetária, serviços públicos de qualidade, desburocratização e simplificação estatal, além de um capitalismo "com regras claras e competitivas".
Para a candidata, o que Massa fez antes do primeiro turno foi "indescritível, no nível de clientelismo" e do aumento do déficit público. Segundo ela, isso demonstra "sua irresponsabilidade e seu populismo" e Massa é um "político sujo" por ter apelado a isso.
Já sobre Milei, ela disse que "nos perdoamos", após trocas de críticas. Questionada sobre um processo que lançou contra ele por causa de duros ataques feitos por Milei a ela, Bullrich disse que isso foi parte do acordo que fizeram depois do primeiro turno, sem entrar em detalhes públicos sobre esse ponto.