Estadão

Argentina: Fernández diz haver forte investida recente para desvalorizar peso

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou neste sábado, 9, que seu governo vem "suportando nos últimos meses, mas sobretudo de maneira pública e feroz na última semana, uma investida dos grupos concentrados poderosos que querem ficar com toda a renda, que querem provocar uma desvalorização e maximizar seus lucros com a cobiça de sempre". Segundo ele, esses grupos "se aproveitaram da pandemia e querem se aproveitar agora da guerra" na Ucrânia.

As declarações, veiculadas pela agência oficial Télam, foram dadas durante discurso neste sábado, Dia da Independência do país. Em meio a várias reportagens recentes na imprensa local sobre divergências no governo, sobretudo entre os grupos dele e de sua vice, a ex-presidente Cristina Kirchner, o atual líder defendeu a unidade, criticando os que "semeiam o desânimo" e pedindo que se "derrubem muros e comecem a construir pontes". Segundo Fernández, seu "governo popular" luta pelos interesses econômicos para defender a "distribuição da riqueza". Quando isso ocorre, porém, "todas as forças políticas, midiáticas e empresariais se desatam para nos desunir e nos fazer desconfiar uns dos outros; mas não vão conseguir".

Em sua fala, Fernández também comentou que a inflação ocorre no mundo todo, porém "prejudica mais seriamente nossa economia, caracterizada por conviver com processos inflacionários persistentes". O presidente disse que isso "torna mais complicada a distribuição justa da renda".

A Argentina enfrentou em dias recentes turbulências em seus mercados, com investidores em geral céticos sobre a mudança no Ministério da Economia, agora comandado por Silvina Batakis, vista como mais próxima a Cristina Kirchner. No dia 2 de julho, o então ministro Martín Guzmán pediu demissão, quando era alvo de críticas da ex-presidente e hoje vice.

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