A médica Carla Vizzotti, de 47 anos, teve seu nome confirmado oficialmente como ministra da Saúde no Diário Oficial da Argentina deste sábado. Especialista em vacinas, ela era até então presidente e fundadora da Sociedade Argentina de Vacinas e Epidemiologia e substitui Gines González García.
O presidente Alberto Fernández pediu a González García que renunciasse ao posto, após o jornalista Horacio Verbitsky ter revelado que telefonou ao então ministro para pedir que fosse vacinado contra a covid-19. Segundo o relato de Verbitsky, González García o convocou ao ministério e uma dose da Sputnik V foi administrada no jornalista.
A agência estatal Télam qualificou o caso como "vacinação irregular". González García chegou a publicar uma carta no Twitter, na qual trata o episódio como uma "confusão involuntária" de sua equipe. Ele disse que assumia a responsabilidade pelo "equívoco", mas garantiu que as pessoas vacinadas "pertencem aos grupos incluídos dentro da população alvo da campanha vigente".
Verbitsky tem 79 anos e é apontado pela imprensa local como um assessor informal da hoje vice-presidente Cristina Kirchner, que presidiu a Argentina entre 2007 e 2015. O Clarín afirma que outros no país se beneficiaram de um tratamento diferenciado na fila de vacinas, dizendo que o senador Jorge Taiana, de 70 anos, que foi chanceler na administração Cristina Kirchner, e o deputado peronista Eduardo Valdés, de 65 anos, e até um sobrinho de 44 anos do então ministro também conseguiram receber o imunizante. O La Nación afirma que González García havia reservado para essa "lista VIP" 3 mil vacinas contra o vírus.