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Argentina: promotor assassinado estava para pedir prisão de Kirchner, diz Clarín

Entre os documentos achados no apartamento do procurador federal argentino Alberto Nisman, encontrado morto em condições misteriosas em 18 de janeiro, estava o rascunho de um pedido de prisão da presidente Cristina Kirchner, do ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, e do deputado Andrés Larroque, segundo revela o jornal Clarín.

As 26 páginas de documentos, que incluem o rascunho do pedido de prisão, foram encontradas na lata de lixo do apartamento de Nisman. Impressos em computador, os rascunhos contêm anotações e correções a caneta que teriam sido feitas pelo próprio procurador.

Nisman foi encontrado morto com um tiro na véspera de apresentar um depoimento ao Congresso argentino, no qual denunciaria uma tentativa do governo de proteger os autores de um ataque terrorista contra a Associação Mútua Israelita Argentina (Amia) ocorrido em 1994. O procurador sustentava que o governo de Cristina Kirchner teria feito um acordo secreto com o Irã para que fossem retiradas as ordens internacionais de prisão contra funcionários iranianos suspeitos de terem patrocinado o ataque à Amia. Em troca, o Irã forneceria petróleo à Argentina a preços reduzidos.

No domingo, o Clarín já havia publicado, citando fontes judiciais, a informação de que Nisman pretendia pedir a prisão da presidente. Ontem, o chefe de gabinete de Cristina, Jorge Capitanich, rasgou um exemplar do jornal diante de jornalistas na Casa Rosada, descrevendo a reportagem como “lixo”.

Segundo o Clarín revelou nesta terça, a página 65 dos documentos encontrados no apartamento de Nisman traz o título “Pedido de detenção e proibição de saída do país”. Na página 67, o promotor pede “ao sr. Magistrado” que determine “a detenção de Cristina Elisabet Fernández de Kirchner, de Héctor Marcos Timerman, de Andrés Larroque” e outros.

A reportagem do Clarín, acompanhada de fotos dos documentos, está disponível aqui. (Renato Martins – [email protected])

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