A ex-contadora Meire Bonfim da Silva Poza deu detalhes nesta quarta-feira, 13, sobre o envolvimento do doleiro Alberto Youssef com o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), que responde a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.
De acordo com Meire, em uma ocasião Argôlo chegou a ir a São Paulo para buscar dinheiro com o doleiro, preso no âmbito da operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro que pode chegar a R$ 10 bilhões. Aos integrantes do colegiado, onde Meire é ouvida neste momento como testemunha, a ex-contadora disse que não presenciou a entrega dos recursos uma vez que o montante não estava disponível na data combinada e Argôlo teve de pernoitar na capital paulista.
Apesar disso, ela confirmou ter feito transferências eletrônicas para intermediários do parlamentares. Ela citou depósitos a terceiros de R$ 60 mil e R$ 47 mil. Ela destacou ainda que Youssef e Argôlo eram “sócios informais” em uma empresa de construção, chamada Malga. “Tenho certeza de que Argôlo recebeu dinheiro de Youssef”, declarou.
A ex-contadora pontuou ainda que emitiu notas para o doleiro e Argôlo com a Grande Moinho Cearense, de Fortaleza, empresa do grupo de Carlos Jereissati, irmão do candidato ao Senado pelo PSDB no Ceará Tasso Jereissati.
No depoimento ao Conselho de Ética, Meire citou ainda o irmão do ex-deputado Mário Negromonte (PP) e hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, Adarico. “O Adarico era funcionário da GFD (holding das empresas controladas por Youssef)”. De acordo com Meire, Adarico usava um automóvel Passat que era da propriedade do doleiro.
Por último, Meire disse que “operacionalização” do esquema do doleiro era feita diretamente por Youssef.