Armando Monteiro (PTB-PE) se afastou do cargo de ministro do Desenvolvimento para vir ao Senado votar contra o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em seu discurso, ele aproveitou para parabenizar a condução dos ministros da Fazenda Joaquim Levy e Nelson Barbosa e destacar medidas fiscais do governo petista.
“Neste processo que centra toda a argumentação na questão fiscal, não poderia deixar de destacar um conjunto de importantes medidas que o governo adotou e que muitas não se complementaram pelo clima de divergência com o Congresso Nacional”, afirmou.
O senador citou a redução de IPI sobre automóveis, reformas no seguro desemprego e pensões, e até mesmo redução de incentivos, que eram oferecidos à exportação, pasta sob sua administração, para cumprimento de metas fiscais.
“Sei o quanto custou à presidente neste período, mas ela sempre se inclinou por uma posição que pudesse corresponder à medida mais responsável do ponto de vista fiscal”, disse Monteiro.
Em contraste, o ex-ministro alegou que não havia por parte do Congresso Nacional a mesma preocupação com as questões fiscais. “É de se constatar que hoje, ao percebermos seríssima preocupação do Congresso com a questão fiscal ao julgar a presidente, essa não era a postura anterior.”
Monteiro destacou a chamada “pauta bomba”, que tramitou no Congresso, aumentando gastos do governo, com o projeto de reajuste do Judiciário.
Por fim, o ex-ministro tratou sobre as denúncias técnicas que constam no processo de impeachment da presidente. Ele argumentou que os atrasos em pagamento do Tesouro a bancos públicos não configuram operações de crédito e que a edição de decretos de crédito suplementares não tiveram efeito sob a meta fiscal. “Votarei com muita convicção contra o impeachment da presidente”, finalizou.