A melhor forma de administrar a natureza a fim de garantir o desenvolvimento sustentável do progresso dominou a conversa entre o arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha e o crítico italiano Francesco Dal Có, na mesa realizada na noite desta quinta-feira, 31, em Paraty.
“Veneza é o exemplo do impossível tornado possível, ou seja, da cidade levantada onde não se imaginava possível”, disse Dal Có, tratando do tema do encontro: a comparação entre a cidade italiana e Paraty. “Conviver com o conflito é o maior desafio do homem hoje.”
Para Rocha, a relação está basicamente na natureza, vista por ele não como paisagem, mas como local de habitação. “Toda cidade surge como projeto dos mais altos desejos da necessidade humana. Para isso, a arquitetura é importante como solicitante em sua capacidade de promover a transformação da natureza para torná-la habitável.”
A fim de melhor exemplificar esse conceito, o moderador Guilherme Wisnik lembrou de uma feliz observação do arquiteto brasileiro: quando se admira, por exemplo, o Corcovado da janela de um apartamento no Rio, a beleza não está apenas no monumento natural, mas no edifício onde a pessoa está e que lhe permite vislumbrar a paisagem a uma altura considerável e confortável. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.