Variedades

Artistas de oito países partilham póeticas em SP

Até domingo, 7, a Galeria Olido hospeda a 4ª edição do Dança à Deriva – Mostra Latino-Americana de Dança Contemporânea, que apresenta artistas de 8 países (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Uruguai e Paraguai). A abertura ficou a cargo da colombiana Cia. Hombrebuho, dirigida por Yenzer Pinilla, que volta a se apresentar no sábado, 6. Comprovando a seu fortalecimento, a Mostra se expande para mais duas cidades, Registro e Suzano, que receberão uma versão mais compacta da programação na próxima semana.

Do Brasil, participam a Dual Cena Contemporânea (São Paulo), a Cia Flex, o Balé Baião, Nívea Jorge e o músico Viana Cruz (todos do Ceará), Patrícia Pina Cruz (SP) e Aline Brasil e Anna Behatriz Azevedo, em parceria com o músico Jefferson Leite (Goiás).

Dois uruguaios veteranos, Norma Berriolo (direção) e Luciano Álvarez (interpretação), vieram para a Mostra, que também conta com 3 companhias mexicanas (En Ningun Lugar, Colectivo Caninos Danza y No Danza e Fósforo Escenamóvil), duas chilenas (Colectivo Chile e Cia de Danza Conminombre), uma colombiana (Kalus Danza contemporânea), uma argentina (Proyecto Immersion), uma do Paraguai (Otrapiel Cia de Danza), e com a artista boliviana Camila Bilbao.

A programação inclui o lançamento do livro Dança Balé Baião: 20 Anos em Companhia, no sábado, 6, e domingo, 7, às 18h. Também no domingo, às 15, ocorre o 5.º Fórum Dança e Sustentabilidade, com o tema Modus Operandi – Modos de ser, fazer, existir e acreditar dos coletivos de dança latino-americanos, com coordenação de Sylvia Fernandez (Bolívia) e Solange Borelli (Brasil). Confira a programação em https://dancaaderiva.wordpress.com/.

Em entrevista por e-mail, Solange Borelli, idealizadora, produtora e diretora-geral do evento, explica que o propósito do Dança à Deriva é agregar coletivos independentes para entender como se organizam em seus contextos locais. “Isso acontece porque todos que participam necessitam estar disponíveis para uma imersão poética. São 7 dias com atividades como oficinas, laboratórios, intervenções, intercâmbios, espetáculos e outros projetos que, muitas vezes, os próprios coletivos propõem”, afirma.

Esse tipo de comprometimento é a sua marca distintiva. “Não se trata de chegar e apresentar seu trabalho. Trata-se de abrir uma discussão sobre cada obra, cada poética, sobre a construção dramatúrgica. Isso é o que temos de mais rico no Dança à Deriva, porque temos a generosidade do artista que se predispõe a falar de sua intimidade poética, mas também a ouvir o que outro tem a dizer.”
Ela explica que não faz curadoria porque não tem essa formação, por isso lança uma convocatória nas redes sociais, vai em busca de outras redes, descobre nichos e as propostas começam a chegar. “Viajo também. Gosto de estar em outros festivais e assim vou construindo as minhas relações.”

Como os recursos são escassos, oferece apenas hospedagem, alimentação e infraestrutura técnica para a realização dos espetáculos. Mesmo assim, percebe que o Dança à Deriva amadureceu e se consolidou, sendo cada vez mais conhecido, sobretudo fora do Brasil. “Sou produtora. Conheço os bastidores da cena. E observo essa cena há muito tempo e numa outra perspectiva. Numa perspectiva que poucas pessoas têm a chance de observar.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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