Esportes

Ashton Eaton dá show e bate o recorde mundial do decatlo em Pequim

Soberano no decatlo, Ashton Eaton é o primeiro atleta a bater um recorde mundial no Mundial de Atletismo de Pequim, no Ninho do Pássaro. Entre a sexta-feira e este sábado, ele fez 9.045 pontos e superou a antiga melhor marca, que era dele mesmo, para garantir o bicampeonato.

Eaton, de 27 anos, é o grande nome das provas combinadas masculinas na atualidade. Foi prata no Mundial de 2011, mas depois venceu tudo: Olimpíada de 2012 e Mundial de 2013, no decatlo, e os Mundiais de Indoor de 2012 e 2014 no heptatlo – prova que só é disputada em eventos indoor.

Desde 2013, entretanto, Eaton praticamente não competiu no decatlo. Participou de provas do salto em distância, dos 110 metros com barreiras e dos 400m rasos, mas não se especializou em nada. Decidiu voltar para a prova na qual é soberano e se deu bem.

Em Pequim, somou 9.045 pontos, superando em apenas seis a pontuação que obteve na seletiva olímpica dos Estados Unidos de 2012. Na história do esporte, só ele e o checo Roman Sebrle, em 2001, superaram a barreira dos 9 mil pontos.

No decatlo, as 10 provas são divididas em quatro sessões. Começaram na manhã de sexta, passaram pela noite de sexta e manhã de sábado e terminaram nesta noite, sempre pelo horário de Pequim. Para cada prova há um equivalente em pontos, preestabelecido.

Eaton passou dos mil pontos nos 100m, salto em distância, 400m rasos e 110m com barreiras. Nos 400m, aliás, fez a melhor pontuação da história. Na cola dele, outros atletas fizeram o melhor da carreira: o medalhista de prata Damian Warner, com recorde canadense (8.695), o medalhista de bronze Rico Freimuth (8.561), o russo Ilya Shkurenev (8.538) e o argelino Larbi Bourrada (8.461, recorde africano).

Os brasileiros não completaram. Felipe dos Santos vinha entre os 10 primeiros até os 110m com barreiras, caiu para 11º depois do lançamento do disco e para 15º lugar no salto com vara. Tinha 6.684 quando desistiu, por uma pubalgia, não participando das últimas duas provas. De qualquer forma, vinha com 152 pontos a menos do que no Pan de Toronto, quando foi quarto colocado.

“O Felipe sentiu dor na região do púbis durante os 110 m com barreiras e piorou durante o salto com vara, por isso nem conseguiu iniciar o aquecimento para o lançamento do dardo. O diagnóstico é de pubalgia”, explicou o médico da delegação brasileira, Cristiano Laurindo. “Ele vai se tratar e deve voltar aos treinamentos no começo de 2016.”

Luiz Alberto de Araújo, medalhista de bronze no Pan, já havia abandonado a competição na primeira sessão, também por lesão: uma entorse no pé esquerdo.

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