O Assaí teve lucro líquido de R$ 319 milhões no segundo trimestre de 2022. O número representa alta de 20,7% em relação ao apresentado no mesmo período de 2021. O Ebitda Ajustado, por sua vez, foi de R$ 978 milhões, avanço de 29,9%. A receita líquida do período foi de R$ 13,291 bilhões, crescimento 32,8%.
Os resultados são comparados com os números de um ano atrás, excluindo os R$ 62 milhões em créditos fiscais reconhecidos à época. Eram R$ 40 milhões na linha da Receita Líquida e R$ 22 milhões no resultado financeiro decorrente de atualização monetária.
A margem bruta da companhia caiu 0,7 ponto porcentual, para 16,1%. O presidente da companhia, Belmiro Gomes, afirma que essa queda se deve à participação das novas lojas no crescimento de vendas da empresa, que elevaram as vendas em 18,1%. Nos últimos 12 meses, a companhia abriu 33 novos estabelecimentos. Ele explica que as inaugurações demandam maior apelo promocional, o que afeta diretamente a margem bruta. As vendas em mesmas lojas (aquelas que já estavam abertas um ano antes) subiram 14,7%.
Para o segundo semestre, Gomes projeta que as aberturas devem se intensificar, já que começam os lançamentos de lojas compradas do Extra Hiper, já convertidas em Assaí. A primeira delas foi aberta ainda ontem na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal. Serão 40 unidades convertidas e 15 mil novos empregos ao longo de 2022. Além disso, haverá a abertura de mais 4 novas lojas fruto de expansão orgânica, ou seja, que não foram pontos comprados de outra rede. A companhia deve fechar 2022 com 52 novos estabelecimentos, sendo 12 orgânicos e de conversões do Extra Hiper.
Essa leva de lojas conta com serviços de açougue, cafeteria e fatiamento de frios, serviços que até pouco tempo não faziam parte do modelo de atacarejo e tendem a aumentar os custos operacionais dos estabelecimentos, o que poderia afetar o preço final ao consumidor e o modelo de negócios do atacarejo. Gomes, porém, defende que os números da companhia mostram que a inclusão de serviços nas lojas não tem afetado negativamente o balanço, mesmo já havendo 100 estabelecimentos na base com açougues.
De fato, neste segundo trimestre – em comparação com os resultados de um ano antes – as despesas com vendas, gerais e administrativas subiram menos do que a receita líquida: 25% contra 32,8%. No total, essas despesas representaram 9% da receita, ante 9,6% um ano antes. A margem operacional da companhia (margem Ebitda) foi de 7,4%, ante 7,5% registrada um ano antes.
<b>Dívida</b>
Ao final do trimestre, a alavancagem da companhia, representada pela relação dívida líquida sobre o Ebitda ajustado, atingiu 2,72 vezes. A empresa afirma que o montante está de acordo com o previsto e é decorrente do elevado nível de investimentos nos últimos 12 meses, principalmente, com as aberturas de novas lojas e conversões dos pontos adquiridos de Extra.
No trimestre, a dívida bruta totalizou R$ 11,2 bilhões, o que compreende as captações realizadas nos últimos 12 meses para arcar com os pontos comerciais de hipermercados adquiridos. O custo da dívida é de aproximadamente CDI+1,5% e prazo médio de cerca de 4 anos.
"A expectativa da companhia é de uma rápida desalavancagem em função do cronograma de aberturas, atingindo patamares inferiores a 2 vezes o Ebitda em 2023", segundo o balanço divulgado há pouco. A lógica é que no segundo trimestre deste ano a companhia lidou com os custos da expansão inorgânica sem ter a receita das lojas. Com as aberturas, a expectativa é que isso se normalize.