A Associação Brasileira de Investidores (Abradin) entrou com interpelação judicial na 42ª Vara Cível da Justiça estadual do Rio de Janeiro para apurar a realização de contratos entre a Eletrobras e a Delta Energia durante a gestão de João Carlos de Abreu Guimarães como vice-presidente de Comercialização da ex-estatal. Guimarães era sócio da Delta antes de assumir o cargo, em 1º de abril deste ano, e foi afastado no mês passado.
"É inadmissível que a Eletrobras tenha tido como diretor comercial alguém envolvido em denúncias tão graves. Qualquer contratação com a Delta deve ser desfeita e é indispensável que os acionistas tenham ciência da extensão destes, uma vez que possuem grande potencial lesivo ao seu patrimônio", disse ao Broadcast o presidente da Abradin, Aurélio Valporto.
Na petição, a Abradin pede a apuração dos negócios entre as duas empresas no período de 1º de abril a junho. Segundo Valporto, o executivo foi afastado das funções após denúncias, mas ainda não foi apurada a extensão da atuação de Guimarães dentro da Eletrobras.
"O que a gente quer saber agora é qual a extensão desses contratos e quais foram esses contratos entre a Eletrobras e a Delta", explicou Valporto.
No último dia 3 de julho, o Conselho de Administração da Eletrobras destituiu Guimarães do cargo de vice-presidente de Comercialização da companhia. O motivo da destituição não foi mencionado no comunicado da companhia.
Em junho, a empresa privatizada em 2022 informou que tomou conhecimento sobre notícias divulgadas pela imprensa acerca de supostas fraudes envolvendo empresas de comercialização de energia e disse que acompanhava o assunto. O posicionamento foi uma resposta à denúncia apresentada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) envolvendo supostas fraudes praticadas pelo Grupo Delta Energia.