O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central detalhou nesta terça-feira, 22, por meio da ata de seu mais recente encontro, o cenário alternativo para a evolução dos preços do barril de petróleo que foi incluído no comunicado da decisão da semana passada, que elevou a Selic (a taxa básica de juros) em 1,00 ponto porcentual, de 10,75% para 11,75% ao ano.
No comunicado da última quarta-feira (16), o BC atualizou suas projeções para a inflação no cenário de referência, com estimativas de 7,1% em 2022 e 3,4% em 2023. Mas, diante da volatilidade no mercado de petróleo causada pelo conflito no Leste Europeu, o colegiado criou um cenário alternativo, com maior probabilidade, em que as previsões estariam mais baixas, em 6,3% e 3,1%, respectivamente.
Hoje o Copom detalhou que, na sua hipótese usual, o preço do barril do petróleo parte de US$ 118 em março deste ano e se eleva para cerca de US$ 121 no fim de 2023. Essa trajetória, porém, considera uma conjuntura internacional particularmente anômala para o todo o horizonte relevante da política monetária.
"O Comitê observou que o atual ambiente de incerteza e volatilidade elevadas demanda serenidade para a avaliação dos impactos de longo prazo do atual choque e, portanto, optou por comparar essa hipótese com os preços de contratos futuros de petróleo, negociados em bolsas internacionais, e com projeções de agências do setor", ponderou o BC.
Nessa outra comparação, o Copom percebeu que os preços futuros para o barril de petróleo considerados pelo mercado convergem para menos de US$ 100 já no fim deste ano. Por isso, o colegiado decidiu manter a hipótese usual no cenário de referência com inflação mais alta, mas adotar como mais provável um cenário com hipótese alternativa para a trajetória de preços do petróleo até o fim de 2022.
"Para as projeções a partir de 2023, o Comitê decidiu manter sua premissa mais conservadora. O Comitê considera que a divulgação de cenário alternativo é particularmente útil e informativa em ambiente altamente incerto", acrescentou a ata. "Levando-se em consideração o maior peso atribuído ao cenário com hipótese alternativa para o petróleo, as projeções de inflação estão acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023", concluiu o documento.