São Paulo, 12 – Os juros futuros de curto prazo oscilam ao redor da estabilidade, refletindo a perspectiva de que o fim do ciclo de queda da Selic está próximo, a partir da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira. Isso abre espaço para redução da inclinação da curva a termo, com recuo das taxas de longo prazo.
Os vencimentos longos também têm queda com o alívio no dólar, além do exterior, diz o economista-chefe do Haitong Banco de Investimentos, Flávio Serrano. Nos cálculos dele, a curva a termo precificava nesta manhã 85% de chances de redução de 0,50 ponto porcentual da Selic em junho contra 15% de 0,25 pp. Ontem, eram cerca de 90% e 10%, respectivamente. Portanto, há leve diminuição das fichas na aposta de 0,50 pp, porém, ainda majoritária.
Às 9h38 desta terça, o DI para janeiro de 2022 já ensaiava viés de alta, com taxa de 3,280% ante 3,270% no ajuste de segunda-feira. No trecho longo, a taxa para janeiro de 2027 indicava 7,46%, ante 7,49% ontem no ajuste.
Na ata, ao discutir a eventual existência de um "limite efetivo mínimo" para a taxa básica de juros do Brasil, o Banco Central disse reconhecer a importância de "gradualismo na condução da política monetária" para avaliar a resposta dos preços de ativos financeiros às decisões do Copom.
Para a maioria dos membros, o Brasil já estaria próximo do nível em que reduções adicionais podem vir acompanhadas de instabilidade nos mercados.
Na última reunião do colegiado, a Selic foi reduzida de 3,75% para 3,00% ao ano, um piso histórico. Para o analista, o BC deixou claro que a incerteza com a trajetória fiscal do País coloca um limite de cortes na taxa básica de juros, apesar do cenário de atividade adverso. "A piora do quadro fiscal limita o espaço de política monetária, esse é o principal ponto da ata", resumiu Serrano.