A pandemia de coronavírus tem impactos diferentes sobre a economia brasileira e continua a afetar a inflação e as expectativas da sociedade para a alta de preços. A avaliação consta da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira, 22, pelo Banco Central (BC), que decidiu elevar a taxa básica de juros para 4,25% ao ano na semana passada.
"Embora a ociosidade como um todo evolua rapidamente para retornar ao nível do fim de 2019, o Comitê considera que a pandemia ainda segue produzindo efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos, com consequências para a dinâmica recente e prospectiva da inflação", considerou a diretoria colegiada.
O Copom, de acordo com o documento, avalia que os dados de atividade e do mercado de trabalho formal sugerem que a ociosidade da economia como um todo se reduziu mais rapidamente que o previsto, apesar do aumento da taxa de desemprego.
<b>Cadeias de oferta</b>
Os membros do Copom discutiram a duração dos problemas nas cadeias de oferta ao decidirem sobre uma nova elevação da taxa básica Selic de 0,75 ponto porcentual na reunião da semana passada. Para o Comitê, de acordo com a ata, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.
No encontro, a diretoria considerou que, a despeito da intensidade da segunda onda da pandemia, os últimos dados disponíveis continuam surpreendendo positivamente. "O Comitê notou que a mediana das projeções de crescimento, segundo a pesquisa Focus, sofreu revisões significativas e passou a ser mais otimista do que as do seu cenário básico", pontuaram no documento.
Os membros do Copom ponderaram, no entanto, que os riscos baixistas para a inflação oriundos de fatores que podem afetar a recuperação econômica reduziram-se significativamente.