Ata: para a maioria do Copom, limite mínimo da Selic seria maior em emergentes

Após sinalizar na semana passada que um eventual novo corte na Selic (a taxa básica da economia) será apenas residual, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) relatou nesta terça-feira que o colegiado retomou a discussão sobre um "potencial limite efetivo mínimo" para o juro básico brasileiro. Na última quarta-feira (17), a diretoria do Banco Central (BC) reduziu a Selic de 3,00% para 2,25% ao ano.

"Para a maioria dos membros do Copom, esse limite seria significativamente maior em economias emergentes do que em países desenvolvidos devido à presença de um prêmio de risco. Foi ressaltado que esse prêmio é dinâmico e tende a ser maior no Brasil, dadas a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva", detalhou o documento.

Desta forma, o colegiado entendeu que o atual ciclo já estaria próximo do nível a partir do qual novos cortes na Selic poderiam acarretar "instabilidade nos preços de ativos" com potencial para comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos.

"O Comitê também refletiu sobre a importância relativa dos componentes principais do custo de crédito, e ressaltou que o prêmio por liquidez parece prevalecer no momento. Por fim, o Comitê concluiu que esse conjunto de fatores e questões prudenciais justificam cautela na condução da política monetária", completou a ata.

<b>Inflação no curto prazo</b>

O Banco Central pontuou na ata que a inflação no curto prazo no Brasil "tende a mostrar elevação refletindo, principalmente, os impactos da reversão do comportamento dos preços internacionais de petróleo e de reajustes de preços de itens administrados que foram postergados".

O último Relatório de Mercado Focus, divulgado na segunda-feira pelo BC, mostra que a projeção mediana do mercado financeiro é de inflação de 0,19% em junho, 0,30% em julho e 0,16% em agosto.

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