A leitura preliminar <i>"dovish"</i> da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a leve queda do dólar no exterior e o recuo dos rendimentos dos yields dos Estados Unidos podem levar a recuo dos juros futuros na abertura. Ao mesmo tempo, a desaceleração do IPCA-15 de junho tende a reforçar a percepção de início de queda da Selic em agosto, mas algumas aberturas de preços no indicador ainda fortes sugerem cautela.
"Se a inflação permitir, terá corte em agosto", diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, de maneira preliminar, em meio à divulgação da ata do Copom relativa à reunião da semana passada, quando o juro básico foi mantido em 13,75%, mas não indicou quando começará o afrouxamento monetário.
Entre os destaques, no documento o Banco Central afirmou que predominou, entre os oito membros que participaram do encontro, a avaliação de que a continuidade do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança para iniciar os cortes de juros de forma parcimoniosa no próximo encontro, em agosto.
Ao mesmo tempo, o Copom repetiu que a estratégia de manutenção da taxa Selic tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação. Sobre os passos futuros de política monetária, o Comitê voltou a listar que dependem de alguns fatores.
Outro ponto importante diz respeito ao trecho em que o Copom menciona decisões que ajudem a reancorar expectativas. Às vésperas da reunião o Conselho Monetário Nacional (CMN) para definir a meta de inflação de 2026, sobretudo após críticas do governo ao tamanho da meta, iniciadas há alguns meses, o Banco Central diz "decisões que contribuam para a reancoragem das expectativas e aumento da confiança nas metas ajudam a desinflação e permitem a flexibilização monetária".
Em relação ao IPCA-15, subiu 0,04% em junho, após ter avançado 0,51% em maio. O resultado ficou levemente acima da alta de 0,03% esperada pelo mercado, segundo a mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast. As previsões iam de queda de 0,11% a alta de 0,11%.
Apesar da desaceleração do indicador a 0,4% (mediana: 0,03%), a taxa do grupo Serviços acelerou a 0,56%, depois de ceder 0,06% em maio, conforme o BV, o que coloca certa cautela.
Lá fora, o quadro é de indefinição, pendendo ao negativo, com os investidores preocupados com a possibilidade de juros elevados por mais tempo do que o imaginado em importantes economias, na tentativa de conter a inflação. Por isso, ficam no radar dados dos EUA e ainda o fórum do BCE, em Sintra. De lá, a presidente Christine Lagarde disse que a inflação da zona do euro está muito alta e assim continuará por muito tempo.
Às 9h33, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2024 exibia taxa de 12,960%, após 12,995% no ajuste ontem. O DI para janeiro de 2025 era negociado em 10,91%, de 10,96% na véspera, no ajuste. O DI para janeiro de 2027 tinha 10,27% (ante 10,31% no ajuste ontem). Já o para janeiro de 2026 estava em 10,25%, de 10,33%, e o para 2029 estava em 10,59%, de 10,60%.
Hoje, o Tesouro realiza leilão.