Mais de 70 países foram afetados por um ataque cibernético desta sexta-feira, sendo que o mais prejudicado deles é a Rússia, de acordo com empresas do setor. A companhia de antivírus russa Kaspersky Lab ZAO disse que o problema ocorreu em 74 países. O ataque atinge computadores, onde uma mensagem na tela passa a exigir o pagamento de um resgate para que o quadro seja revertido. Outra companhia de antivírus, a Avast Software, confirmou que o problema atingia computadores nos EUA, na Rússia, na Ucrânia e em Taiwan e que havia detectado mais de 57 mil amostras do problema nesta sexta-feira.
Uma porta-voz do Ministério do Interior russo confirmou que o país sofreu o ataque contra cerca de mil computadores, mas que as máquinas do próprio Ministério do Interior não haviam sido afetadas. A porta-voz, Irina Volk, acrescentou que especialistas trabalham para recuperar o sistema e fazer as atualizações de segurança necessárias.
A imprensa russa noticiou que o Comitê Investigativo, principal agência de investigação criminal do país, também foi atacado. O Comitê Investigativo, porém, negou a informação. A Megafon, importante operadora de celulares da Rússia, também disse que foi alvo de ataques similares aos ocorridos em hospitais do Reino Unido. Dezesseis hospitais e clínicas britânicos foram atingidos e tiveram de cancelar consultas e desviar ambulâncias, por causa do ataque cibernético.
O ataque aparentemente explora uma vulnerabilidade do Windows para a qual a Microsoft divulgou uma resolução, em 14 de março. Vários especialistas em segurança cibernética disseram que a mesma vulnerabilidade foi atacada no código divulgado em abril por um grupo de hackers chamado “Shadow Brokers”, que disse que esse código havia sido roubado da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos EUA. A NSA não quis comentar a autenticidade dos documentos do grupo Shadow Brokers.
Na Espanha, o ataque causou problemas disseminados entre as companhias que tiveram os sistemas infectados. O governo do país disse que várias empresas foram afetadas, sem especificar quantas.
A premiê do Reino Unido, Theresa May, afirmou que não havia evidência de que dados de pacientes tenham sido comprometidos no ataque e que o Serviço Nacional de Saúde não havia sido um alvo em particular. “É um ataque internacional e uma série de países e organizações foram afetados”, disse ela. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.