O Kremlin reconheceu nesta quinta, 21, que Ivan Kovgan, vice-comandante das forças submarinas da Frota do Norte da Rússia, morreu em um ataque do Azerbaijão na região de Nagorno-Karabakh. A operação, realizada na quarta-feira, 20, matou outros cinco soldados russos, ameaçando criar um problema para as tropas do presidente Vladimir Putin, envolvidas em combates intensos na Ucrânia.
Militares russos comandam uma força de paz em Nagorno-Karabakh, região montanhosa de 120 mil habitantes disputada por Azerbaijão e Armênia desde o colapso da União Soviética, nos anos 90. Os azerbaijanos tomaram partes do território após seis semanas de combates, em 2020.
O cessar-fogo entre os dois lados sempre foi constantemente interrompido por qualquer escaramuça na fronteira. No início da semana, quatro policiais e dois civis azerbaijanos morreram na explosão de minas, atribuídas a "terroristas armênios".
<b>Ataques</b>
A resposta foi uma operação militar que, segundo os armênios, deixou 200 pessoas mortas. O ataque levou à capitulação das autoridades da autoproclamada república de Nagorno-Karabakh, habitada principalmente por armênios, e despertou a revolta da população na Armênia.
A escalada de violência levantou preocupações de que uma guerra em grande escala na região pudesse recomeçar entre Azerbaijão e Armênia. O conflito entre os dois países atrai a atenção de poderosos da região, incluindo Rússia, Israel e Turquia.
Enquanto turcos e israelenses apoiam o Azerbaijão, Moscou – que ajudava os armênios -, assumiu um papel de mediador e intermediou o armistício de 2020.
Envolvida hoje com a guerra na Ucrânia, a Rússia parece querer distância de mais um conflito. Ontem, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que o Azerbaijão estava agindo dentro do seu próprio território. Putin também foi cauteloso, apesar da morte de soldados russos. "Espero que possamos resolver este problema por meio de canais pacíficos", disse.
<b>Protestos</b>
Na Armênia, milhares de pessoas protestaram ontem nas ruas da capital Erivan contra o governo do primeiro-ministro, Nikol Pashinian, chamado de traidor por não enviar tropas para ajudar a população armênia de Nagorno-Karabakh. Os armênios acusam o Azerbaijão de promover uma limpeza étnica na região. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>