Nem esfriou ainda a demissão do sétimo ministro da presidente Dilma Rousseff, por aparecer envolvido em denúncias de corrupção ou mal uso do dinheiro público, mais um nome de extrema confiança do primeiro escalão sobe no telhado. A postura do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula, diante da denúncia de recebimento de propina envolvendo o presidente da Casa da Moeda, o economista Luiz Felipe Denucci, passou a ser questionada por todos os lados. Não será de se estranhar que ele se torne o alvo predileto das revistas semanais que passam a circular a partir deste final de semana.
Se ficar comprovada a omissão do ministro no caso, Mantega, além de ser conivente com o malfeito, cometeu o crime de prevaricação, já declaram lideranças da Oposição. Denucci foi afastado somente nesta semana, porém segundo o jornal O Globo, o ministro tinha conhecimento das irregularidades praticadas por ele desde agosto do ano passado. Mantega, inclusive teria sido alertado pela Casa Civil e pelo PTB de que o servidor teria cobrado propina de R$ 25 milhões a fornecedores da Casa da Moeda.
Mais uma vez, o governo federal se vê em maus lenções já que ficou quase evidente de que Danucci só foi demitido porque a denúncia vazou para a imprensa. Ou seja, a velha história de que não se admitirá mal feito no governo só funciona depois que o caso é denunciado. Se ficar na surdina, pode. A faxina ética não passa de ação de marketing. A sujeita segue embaixo do tapete.
Nesta quinta-feira, as lideranças do governo – sempre os mesmos – correram para as câmeras de TV para minimizar a responsabilidade do ministro Mantega. De novo, a velha ladainha que tudo não passa de denuncismo, de intriga da oposição, disso e daquilo. Se prevalecer o script, ele será convocado pelo Congresso, não irá convencer ninguém, aparecerão novas denúncias – sim, esse tipo de caso sempre deixa rastros – e, no final, acabará deixando o posto pelas portas do fundo.
A presidente Dilma dará mais uma entrevista contundente, ressaltará seu empenho em combater o mal feito, o partido não perderá espaço no governo e a vida seguirá a espera da próxima vítima. A bolsa de apostas passará a mirar quem será o nono a cair, já que o oitavo parece favas contadas. A não ser que, pela primeira vez, o Planalto consiga provar – não se sabe como – que é vítima de armação.