Estadão

Atirador mata 7 em Jerusalém após ataques de Israel a Gaza e Cisjordânia

Um atirador abriu fogo na noite desta sexta-feira, 27, perto de uma sinagoga em Jerusalém e matou ao menos sete pessoas – entre elas uma mulher de 70 anos – antes de ser morto pela polícia israelense. O ataque ocorreu um dia após uma incursão israelense no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, deixar dez palestinos mortos, desencadear protestos e ameaças de retaliação por parte dos grupos Hamas e Jihad Islâmica.

O chefe da polícia de Jerusalém, Doron Turjeman, disse que o atirador foi identificado como um jovem de 21 anos morador de Jerusalém, que aparentemente agiu sozinho. Turjeman prometeu rastrear qualquer um que possa tê-lo ajudado. Nenhuma organização radical disse ter envolvimento no ataque, o mais letal em Jerusalém desde 2008.

<b>Resposta</b>

O incidente desafia o novo governo de Israel, liderado pelo premiê Binyamin Netanyahu e integrado por membros da extrema direita, que deve dar uma resposta dura. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, teria uma reunião de emergência com seu chefe do Exército e outros funcionários de segurança de alto escalão.

Mais cedo, cidadãos palestinos protestaram durante o enterro do último dos dez mortos na incursão de Israel no campo de refugiados de Jenin. Multidões agitaram as bandeiras do Fatah, o partido que controla a Autoridade Palestina, e do Hamas, que governa a Faixa de Gaza. Em al-Ram, palestinos mascarados atiraram pedras e soltaram fogos de artifício contra a polícia israelense, que respondeu com gás lacrimogêneo.

O aumento das tensões após a incursão israelense também ficou evidente com ataques de ambos os lados. Na noite da quinta-feira, Israel relatou ter interceptado três foguetes lançados da Faixa de Gaza, enquanto um quarto caiu em uma área despovoada no sul do país. Horas depois, o Exército afirmou ter respondido aos foguetes com caças enviados à Faixa de Gaza para atacar instalações de grupos palestinos.

Testemunhas palestinas disseram que mais de 14 mísseis foram disparados contra uma construção que pertence a grupos militantes de Gaza. A Jihad Islâmica afirmou ontem em um comunicado que os projéteis disparados "levam uma mensagem: o inimigo deve permanecer alerta, pois o sangue palestino derramado custa caro".

Nenhum grupo admitiu ter disparado os foguetes, mas tanto o Hamas quanto a Jihad Islâmica prometeram represálias pelo ataque israelense em Jenin – o mais letal em duas décadas, que elevou o número de palestinos mortos este ano para 29.

Israel diz que a maioria dos mortos era militante, mas jovens que protestavam contra as incursões e outros não envolvidos nos confrontos também foram mortos. O governo israelense também disse que o objetivo da ofensiva em Jenin era capturar militantes suspeitos de ações terroristas.

<b>Violência</b>

De acordo com a ONU, não eram registradas tantas mortes em apenas uma operação israelense na Cisjordânia desde 2005. A Autoridade Palestina classificou a incursão em Jenin como um massacre e anunciou que não vai mais cooperar com Israel em matéria de segurança.

Israel e o Hamas travaram quatro guerras e vários confrontos menores desde que o grupo militante tomou o poder em Gaza das forças palestinas rivais, em 2007. Até agora, tanto os foguetes palestinos quanto os ataques aéreos israelenses pareciam limitados para evitar uma escalada de violência.

Apesar da tensão, as orações de ontem no complexo da Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém – muitas vezes um catalisador de confrontos entre palestinos e policiais israelenses – transcorreram em calma. Mas o ataque a tiros à noite em Jerusalém ampliou o temor de uma escalada de violência na região. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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