O nível de atividade e o número de empregados na indústria da construção continuaram em queda em junho, segundo Sondagem Indústria da Construção divulgada nesta quinta-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em comparação ao mês de maio, o índice de evolução do nível de atividade do setor caiu de 37,7 para 37,5 pontos. O indicador que mede a evolução do número de empregados caiu também de 36,6 pontos para 35,9 pontos. Os dois indicadores ficaram abaixo de 50 pontos, o que significa queda da atividade e do emprego. Pela metodologia, os valores da pesquisa variam de zero a 100 pontos, sendo que índices menores que 50 pontos indicam cenário de queda.
A pesquisa mostra ainda que, em junho, o uso da capacidade de operação ficou em 60%, ante 61% em maio, o que significa que 40% do parque industrial do setor está ocioso. O índice de nível de atividade efetivo em relação ao usual foi de 29 pontos ante 30,7 pontos registrados em maio.
Segundo a CNI, a carga tributária elevada, as altas taxas de juros e a inadimplência dos clientes foram os três principais problemas enfrentados pela indústria no segundo trimestre do ano. Somam-se a isso os preços de insumos em elevação e o acesso ao crédito excepcionalmente difícil.
“Com os resultados negativos do primeiro semestre, a expectativa dos empresários para os próximos seis meses é negativa. Eles esperam uma queda ainda maior do nível de atividade, do lançamento de novos empreendimentos e do número de empregados nos próximos seis meses. A intenção de investimentos segue bastante reduzida”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo, em nota divulgada pela entidade.
Expectativas
A pesquisa da CNI mostra que os indicadores de expectativa se mantiveram abaixo de 50 pontos, o que significa que os empresários se mantêm pessimistas para os próximos seis meses. As expectativas com relação ao nível de atividade passaram de 42,6 pontos no primeiro trimestre para 43,2 pontos agora em julho. O dado de novos empreendimentos e serviços ficou estável em 41,8 pontos, o de compras de insumos e matérias-primas subiu de 40,7 pontos para 41,7 pontos. As expectativas com relação ao número de empregados mantiveram-se estáveis em 40,7 pontos, mas abaixo de 50 pontos, o que significa expectativa de que os empregos diminuam ainda mais nos próximos seis meses.
A intenção de investir também permanece baixa. Em julho, ficou em 29,7 pontos, uma queda de 17,7 pontos em relação ao mesmo mês de 2014.
Esta edição da Sondagem Indústria da Construção foi feita entre os dias 1º e 13 de julho, com 607 empresas, das quais 192 de pequeno porte, 282 médias e 133 grandes.