Atividade econômica no Sudeste sobe 2,6% no 4º trimestre de 2020, revela BC

O Banco Central (BC) divulgou nesta sexta-feira o Boletim Regional com dados sobre a evolução da atividade econômica em cada região no último trimestre de 2020, em comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

Os dados mostram que a atividade econômica no Sudeste avançou 2,6% de outubro a dezembro na comparação com o período de junho a setembro. O desempenho foi seguido pela região Sul, com alta de 2,5%, e pelo Centro-Oeste, com crescimento de 2,1%. Na sequência, o índice do Nordeste subiu 1,8% no último trimestre do ano, enquanto o Norte recuperou apenas 0,7%.

"As economias regionais, após forte expansão no terceiro trimestre, mantiveram quadro de crescimento generalizado, mais intenso no Sudeste, onde sobressaíram os setores comércio e serviços mercantis, e no Sul, com destaque para a indústria de transformação. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) subiu 3,2% no período", destacou o documento.

O BC destacou, entretanto, que os resultados do quarto trimestre de 2020 ainda não contemplam os possíveis impactos negativos do recente aumento no número de contágios e óbitos por covid-19, com o recrudescimento da pandemia no começo de 2021.

"Nesse sentido, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o primeiro trimestre deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos benefícios emergenciais", acrescentou a autoridade monetária.

<b>Regiões</b>

De acordo com o BC, o Sudeste mostrou manutenção do processo de recuperação da atividade econômica no último trimestre de 2020, mas com um ritmo mais moderado do que o verificado no trimestre anterior. Como já antecipado em boxe do boletim publicado na quinta-feira, a estrutura produtiva diversificada da região permitiu que o desempenho de algumas atividades compensasse as perdas de outros segmentos.

"Houve desaceleração na indústria, no comércio e no setor de serviços, causada pela base desfavorável de comparação, mas também pelos efeitos esperados da redução dos benefícios emergenciais", destacou o boletim.

Da mesma forma, a recuperação da atividade na região Sul apresentou maior gradualismo nos últimos meses do ano, após forte expansão no terceiro trimestre. "Além disso, a redução dos programas de manutenção da renda e a ampliação da taxa de desemprego concorreram para arrefecer o processo de retomada", acrescentou o BC.

Já no Centro-Oeste, a dinâmica da recuperação foi diferente, com variações mais suaves ao longo do ano em decorrência da estrutura produtiva na região. No último trimestre do ano, houve inclusive uma aceleração no ritmo de retomada em função da safra recorde de grãos e pelas cotações das commodities, em especial de soja e carnes, que impulsionaram as vendas externas.

No Nordeste, o crescimento da economia no quarto trimestre foi favorecido pela recuperação da mobilidade e pela reabertura de atividades econômicas, o que permitiu ampliação expressiva nos serviços mercantis. Ainda assim, a região foi a única a encerrar o ano de 2020 com queda nas vendas do comércio varejista.

Por fim, o Norte teve sua recuperação freada nos últimos meses de 2020 pela queda na renda das famílias causada pela redução dos benefícios emergenciais, além do aumento dos preços acima do esperado na região. "A continuidade do processo de retomada, no curto prazo, dependerá, fundamentalmente, dos efeitos da pandemia, que apresentou recrudescimento no início do ano no Norte", destacou o BC.

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