A atividade econômica da região Nordeste avançou 0,3% no trimestre encerrado em fevereiro, ante o trimestre finalizado em novembro, quando havia registrado alta de 0,2%, considerando a série dessazonalizada. A informação é do Boletim Regional do Banco Central, divulgado nesta quinta-feira, 30.
Segundo o BC, "refletindo os impactos da pandemia de covid-19, a atividade econômica do Nordeste tende a passar por período de retração". "Nesse sentido, a evolução de dados mais tempestivos e de frequência diária ou semanal – como os de expectativas, licenciamento de veículos e vendas com cartão de débito – já evidenciam reflexos adversos no curto prazo."
A instituição pontuou que, considerando os dados mais recentes, "os emplacamentos de veículos e comerciais leves, indicador de vendas de veículos, recuaram 38,1% em março, em relação à média de janeiro e fevereiro, segundo dados da Fenabrave, dessazonalizados".
Já as vendas com cartão de débito, "utilizadas como proxy do comportamento do consumo, registraram recuo de 31,0% nas duas primeiras semanas de abril em relação ao mesmo período do mês anterior, de acordo com dados da CIP/SLC".
"Excetuando os setores de supermercados e afins, houve contração acentuada nas vendas de vestuário e calçados (-90,5%), alojamento e alimentação (-77,8%) e cabeleireiros e outros serviços pessoais (-76,3%)", registrou o BC.
Por outro lado, o BC avalia que a expectativa de crescimento da safra de grãos no Nordeste contribui para minimizar os efeitos da pandemia na região, assim como as ações no governo de manutenção da renda.
O BC divulgou nesta quinta o Boletim Regional. No documento, a análise da atividade nas regiões leva em conta os dados até fevereiro deste ano. No entanto, em função da pandemia do novo coronavírus, o BC já incorporou no documento uma série de dados e avaliações em relação aos meses de março e abril. Foi a partir de março que se intensificaram os efeitos da covid-19 sobre a economia de todas as regiões do País.