Com a chegada do calor aumenta a frequência à piscina e praia, o calor e a umidade excessivos podem favorecer inflamações e infecções no ouvido, conhecida como otite externa, que atinge o canal externo do órgão auditivo provocando dor intensa e desconforto. Nesta época do ano são necessários alguns cuidados e cautela, com o lazer dentro da água, como alerta o otorrinolaringologista, Marcelo Alfredo, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André.
Também conhecida como ouvido de nadador, normalmente a infecção é causada por bactérias e fungos, que penetram por meio de lesões na pele, que recobrem a orelha externa. Pode atingir qualquer pessoa, porém é mais comum em nadadores e crianças, que ficam mais tempo dentro da água em razão das brincadeiras.
Segundo o especialista, as causas são as mais diversas e podem ser provocadas por trauma, pelo uso de objetos ou próprio dedo, atritos, água contaminada, remoção da cera que protege o canal do ouvido, além de outras condições de pele como eczema, psoríase, entre outras dermatites. "Quando tomamos banho, o vapor da água é suficiente para remover o excesso de cera existente, além do que o ouvido possui mecanismos de autoproteção, sendo necessária somente a higienização da parte externa da orelha", orienta o médico.
Dor, coceira, secreção, inchaço e diminuição da audição são os principais sintomas da doença, que pode ser diagnosticada por um exame otológico, que permite visualizar o interior do ouvido. O tratamento da otite externa é composto por limpeza cuidadosa, antibióticos, antifúngicos, medicação tópica, em gotas, além de calor no local que ajuda a aliviar a dor, caso haja coceira, a secreção poderá ser aspirada.
Os sintomas desaparecem em dois ou três dias, porém é importante que além do tratamento o paciente também siga algumas recomendações médicas, como não introduzir objetos para limpar ou coçar o ouvido que possam ferir a pele, enxaguar a orelha com cuidado, evitar o uso de hastes de algodão ("cotonete"), quando nadar utilizar protetores macios para evitar a entrada de água e procurar um otorrinolaringologista sempre que tiver dor, coceira ou perda de audição, já que existem outras doenças associadas à otite externa e somente um especialista pode orientá-lo adequadamente.