Marcos Rosa Mariano, de 32 anos, conhecido como Dhalsim, sempre enfrentou desafios em sua vida. O atleta guarulhense, passou fome, trabalhou como catador de reciclagem e guardador de carro e, agora, se prepara o realizar um sonho. Pisar no octógono de Artes Marciais Mistas (MMA) no disputado o Ultimate Fighting Championship (UFC). A luta contra Lando Vannata, na categoria peso leve, acontece no dia 9 de fevereiro, às 21h30, no Rod Laver Arena, em Melbourne, na Austrália.
O atleta está em Curitiba, onde se prepara para o combate. “Estou treinando duro para lutar no maior evento do mundo. Minha expectativa é fazer meu melhor trabalho. Luto por mim, pela minha família composta pela minha esposa e minha filha e a família Killer Bees, que abraçou a minha causa e o meu sonho”, contou.
Dhalsim começou a praticar esportes aos 16 anos. Na época, morava no Jardim Tranquilidade e praticava capoeira. Um dia, quando caminhava pela Avenida Emílio Ribas, se deparou com uma academia com diversas modalidades e se encantou. Apesar de não ter recursos para treinar, foi convidado por um professor para fazer parte da equipe. “Sempre sonhei em ser um lutador. Assistia a filmes de luta, mas com algumas dificuldades e principalmente falta de dinheiro não dava pra realizar esse sonho”, explicou.
O atleta, que chegou a ser alvo de piadinhas por sua altura, se especializou em modalidades de luta em pé como kickboxing, muay thai, boxe e capoeira. “Sempre fui alto e muito desengonçado, muitos riam de mim. Por outro lado sempre tive força de vontade. Fui treinando e evoluindo. Até que dia o professor Lucato me perguntou se estava interessado em lutar”. Dhalsin conta que treinou muito para o grande dia, porém, foi derrotado e se abateu. “Era um adversário mais experiente. Não foi meu dia, chorei muito porque sei que dei meu máximo e, mesmo assim, não ganhei. Meu professor sempre me dava ânimo e me ajudava até mesmo para ter o que comer”, contou.
Após anos de treino, Dhalsim foi convidado pelo Mestre Oswaldo para aperfeiçoar as técnicas. “Nessa época eu trabalhava em muitos lugares. Apenas minha mãe trabalhava, meu pai fazia alguns bicos. Eu trabalhava como flanelinha e limpava vitrine com meu amigo Iremar. Acordava às 4 da madrugada e chegava às seis da tarde muitas vezes. Mais agradeço a Deus que sempre me deu força para continuar batalhando”.
Mesmo com a derrota Dhalsim não desistiu. Ele treina MMA desde os 25 anos e tem como referência o brasileiro Anderson Silva. O atleta comentou a primeira vez que encontrou com o ídolo. “Foi uma emoção da minha vida”, lembrou.
