Em mais uma dolorosa queda nesta temporada, o Atlético Mineiro parou na retranca do Jorge Wilstermann na noite desta quarta-feira e se despediu da Copa Libertadores. Jogando no Mineirão, o time brasileiro não passou do 0 a 0 com o rival boliviano e foi eliminado nas oitavas de final. O Jorge Wilstermann vencera o jogo de ida por 1 a 0.
Com o resultado, o Atlético sofreu mais uma queda no ano, duas semanas depois de levar 3 a 0 do Botafogo e se despedir da Copa do Brasil. Desta vez, a eliminação pode gerar maior prejuízo ao time porque a Libertadores era a grande meta da equipe para o ano. Resta agora o Brasileirão, no qual o Atlético está mais perto da zona de rebaixamento do que do G6, que dá vaga na próxima edição da Libertadores.
A eliminação pode marcar a reta final de alguns jogadores mais experientes do elenco, como Fred e Robinho, que vêm sendo alvo constantes de críticas por parte da torcida. Também servirá de pressão sobre o trabalho realizado por Rogério Micale, que substituiu recentemente Roger Machado.
Já o Jorge Wilstermann garantiu sua vaga nas quartas de final. Seu adversário na briga pela semifinal será o argentino River Plate.
O JOGO – Com Fred e Luan reforçando o setor ofensivo, o Atlético foi para cima do Jorge Wilstermann desde o apito inicial. O primeiro tempo da partida foi basicamente um duelo entre o ataque brasileiro e a defesa boliviana. O goleiro Victor praticamente não suou antes do intervalo.
Precisando reverter a desvantagem do jogo de ida, o Atlético criou a primeira boa chance de gol logo no primeiro minuto de jogo. Marcos Rocha finalizou cruzado e deu trabalho ao goleiro Raúl Olivares pela primeira vez na partida. Outras boas oportunidades surgiriam em cabeçada de Fred aos 13 e chute de Cazares, de fora da área.
A melhor chance surgiu aos 15, quando Elias arriscou chute de longe. A bola desviou em Zenteno e subiu. Luan, quase sem marcação, tentou a cabeçada cara a cara com o goleiro, mas mandou longe do gol. Antes, aos 9, Fred sofreu falta dentro da área, pediu pênalti, mas foi ignorado pela arbitragem.
O ímpeto atleticano sofria cada vez mais com a retranca boliviana, que jogava até com cinco jogadores na primeira linha de defesa. Sem conseguir penetrar pelo meio, o time brasileiro passou o restante do primeiro tempo tentando levantar a bola na área, sem sucesso.
Para o segundo tempo, o técnico Rogério Micale tentou deixar a equipe mais ofensiva, ao trocar o volante Adilson pelo meia Valdívia. O time brasileiro ganhou volume de jogo no meio-campo e até impôs forte pressão nos primeiros minutos da nova etapa. Cazares arriscou de longe aos 2 e Luan cabeceou de costas e acertou o travessão, aos 11.
O goleiro Olivares passou a trabalhar mais, porém a retranca boliviana voltou a fazer a diferença a partir dos 20 minutos. Preocupado, Micale colocou Robinho e Otero em campo. O Atlético, então, passou a jogar praticamente sozinho, controlando totalmente a posse de bola. O rival jogava com todos os jogadores atrás da linha da bola, às vezes até com uma linha de seis na defesa.
Nas arquibancadas, a torcida reconhecia o momento difícil vivido pelo time. Com os gritos de “eu acredito”, tentava incentivar o Atlético na busca por aquela finalização decisiva que faltava para o time levar o duelo para os pênaltis.
A chance surgiu aos 43 minutos, em levantamento na área. Mas Robinho, quase na pequena área, se enrolou com um voleio na finalização e pegou mal, mandando para fora. Nos minutos finais, a pressão aumentou e a torcida seguia sonhando com uma daquelas reações que marcou a conquista do título de 2013 na Libertadores. Mas nesta quarta a reviravolta não aconteceu.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 0 x 0 JORGE WILSTERMANN
ATLÉTICO-MG – Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gabriel e Fábio Santos; Rafael Carioca, Adilson (Valdívia), Elias (Otero) e Cazares; Fred e Luan (Robinho). Técnico: Rogério Micale.
JORGE WILSTERMANN – Raúl Olivares; Omar Morales (Rudy Cardozo), Alex Silva, Edward Zenteno e Juan Pablo Aponte; Cristhian Machado, Marcelo Bergese (Cristian Chávez), Fernando Saucedo e Serginho; Jorge Ortiz e Gilbert Álvarez (Pedriel). Técnico: Roberto Mosquera.
CARTÕES AMARELOS – Saucedo, Marcos Rocha, Olivares.
ÁRBITRO – José Argote (Fifa/Venezuela).
RENDA – R$ 955.610,00.
PÚBLICO – 36.018 pagantes.
LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).