Esportes

Atletismo etíope terá que promover testes antidoping em massa para não ser punido

A Federação Etíope de Atletismo prometeu nesta quinta-feira que realizará testes antidoping em massa nos próximos meses para evitar punições da Agência Mundial Antidoping (Wada) e da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF). Os dirigentes responsáveis pela modalidade no país explicaram que foram alertados pela Wada e a IAAF da necessidade de urgência neste procedimento.

De acordo com os líderes do atletismo etíope, o país tentará realizar de 150 a 200 exames antidoping até novembro. Os testes deverão começar já na próxima semana. Se não obtiver sucesso no processo, a Etiópia pode sofrer duras punições. “Fomos avisados que podemos ser banidos da IAAF se não cumprirmos o que foi pedido”, revelou o médico da equipe nacional de atletismo, Ayalew Tilahun.

Os resultados dos testes deverão ser enviados imediatamente à IAAF e à Wada. A situação do atletismo local é tão preocupante que o governo do país destinou US$ 300 mil (quase R$ 1,1 milhão) de forma emergencial para possibilitar a realização destes exames em massa. “A batalha é crítica”, admitiu Tilahun em entrevista à agência The Associated Press.

Em meio a um grande escândalo de doping que estourou no ano passado, a IAAF fechou o cerco e tem declarado o combate às substâncias proibidas no esporte como sua principal bandeira. Se não cumprir a meta, a Etiópia pode sofrer duras punições, como a aplicada à Rússia, que está banida das competições internacionais de atletismo.

A Wada já informou que enviará representantes à Etiópia para acompanhar a realização dos exames no dia 3 de junho e o presidente da IAAF, Sebastian Coe, também é esperado por lá por volta desta data. O próprio Coe já havia classificado o país como um dos cinco que têm o programa antidoping em “situação crítica”, ao lado de Quênia, Marrocos, Bielo-Rússia e Ucrânia.

A luta contra o doping pode tirar o atletismo da Rússia da Olimpíada, caso a suspensão não seja revogada, e resultar em punições também para o Quênia. O país africano perdeu dois prazos para colocar seu programa antidoping em ordem e pode sofrer as consequências na próxima reunião do comando da Wada, dia 12 de maio em Montreal.

No caso do atletismo da Etiópia, ao menos momentaneamente não há qualquer ameaça de não ir à Olimpíada do Rio. Foi o que garantiu o chefe da modalidade no país, Alebachew Nigussie. “Mas isso também não significa que nós precisamos relaxar”, ele próprio declarou.

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