Economia

Ato pelo impeachment reúne manifestantes em capitais; 2 mil vão a ato em Brasília

Cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram neste domingo, 15, de um protesto em frente ao Congresso Nacional contra o governo federal. O ato foi realizado por movimentos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Acampado há 30 dias no local, o grupo contou com apoio de outros coletivos contrários ao governo que pediam também a intervenção militar no País.

O protesto “Brasil melhor, sem PT nem corrupção” foi convocado pelo Movimento Brasil Livre em outras capitais do País, mas obteve ontem fraca adesão.

A segurança foi reforçada em toda a Esplanada dos Ministérios. Logo pela manhã, a Polícia Legislativa recolheu espetos, facas e garfos, utensílios usados há três semanas para o churrasco diário dos movimentos que protestam a favor do impeachment da presidente.
O Palácio do Itamaraty, alvo de depredações nas manifestações contra a Copa do Mundo no Brasil, foi isolado. A principal preocupação foi a de evitar confronto violento entre os diferentes grupos acampados no local. Ontem, muitos trechos foram bloqueados com grades.

Na quinta-feira, a Polícia Militar apreendeu armas de fogo e brancas de um militar reformado acampado nas imediações do Congresso. Nas redes sociais, o grupo convocou manifestantes a vestirem-se de verde e amarelo para a “proclamação do fortalecimento da nossa República”. Boa parte dos que protestaram era ligada a movimentos de apoio à intervenção militar.

Prisões

Alguns manifestantes tentaram passar por uma barreira provisória instalada no gramado lateral do Congresso. A PM interveio, fez duas prisões e usou gás de pimenta para controlar a situação – segundo o tenente-coronel Rogério Miranda, necessário para garantir o controle da situação. O bloqueio foi reforçado pela cavalaria da PM. Lideranças do movimento afirmaram que ônibus teriam sido barrados por manifestantes pró-governo, impedindo sua chegada à Esplanada. A PM disse não ter registrado nenhum tipo de bloqueio nas rodovias de acesso à capital.

São Paulo

Duas manifestações reuniram algumas centenas de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo. A primeira delas, organizada por um grupo de seguidores do jornalista Olavo de Carvalho, levou um caminhão de som para o local.

“Nosso objetivo é informar a população sobre os absurdos que ocorrem hoje no Brasil e a grande mídia não mostra. Existe uma cumplicidade entre Fernando Henrique Cardoso e Lula”, disse o também jornalista Dante Mantovani, integrante da organização.

Entre os participantes havia defensores da uma intervenção militar no País, monarquistas e manifestantes ligados à ala conservadora da Igreja Católica.

O outro grupo, que também contava com defensores da intervenção militar, carregou uma enorme bandeira verde e amarela com a frase “fora Dilma” pela avenida. Alguns participantes disseram não fazer parte de grupos organizados e marcaram o encontro pela internet. Informalmente, policiais que faziam a segurança da Paulista disseram que não foram mais de 300 participantes.

Outras capitais

Não houve muita adesão aos protestos em Porto Alegre (RS), onde cerca de 100 pessoas se reuniram no bairro Moinhos Vento. Em Fortaleza (CE), o evento se resumiu a um buzinaço. No Recife (PE), um pequeno grupo, de apenas 30 manifestantes, exibia faixas e cartazes na praia de Boa Viagem. Curitiba (PR), por sua vez, reuniu 300 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, para protestar contra o governo do PT e pedir intervenção militar. Colaboraram Murilo Rodrigues Alves, Wagner Machado, Carmen Pompeu, Julio Cesar Lima, Rebeca Silva, especiais para a AE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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