Para milhões de telespectadores em todo o mundo, Robert Vaughn será sempre o lendário Napoleon Solo, agente norte-americano parceiro do russo Ilya Kuryakin na série “O Agente da U.N.C.L.E.” A série e seus personagens voltaram ao primeiro plano com a versão para cinema de Guy Ritchie, interpretada por Henry Cavill e Armie Hammer. Vaughn morreu nesta sexta-feira, 11, aos 83 anos. Não foi o homem de um só sucesso. Tem uma história mais destacada.
Dos atores de sua geração, talvez tenha sido o único a seguir uma carreira acadêmica. Doutor em Comunicação, publicou sua tese Only Victims, um estudo sobre o show biz durante as listas negras do macarthismo. O engajamento prosseguiu durante a Guerra do Vietnã, à qual se opôs de saída, integrando um grupo chamado Another Mother for Peace.
Filho de atores (mãe atriz de teatro, Marcella Gaudel, pai rádio-ator, Gerald Walter Vaughn), frequentou cursos de interpretação simultanemente com a Faculdade de Comunicação. Estreou na TV, no episódio Black Friday, da série “Medic”. Em 1956, apareceu sem crédito no épico “Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. de Mille. Três anos mais tarde, foi indicado para o Oscar de coadjuvante por “O Moço de Filadélfia”, estrelado por Paul Newman. Entre um e outro teve de dar uma parada na carreira. Escalado para o elenco do clássico “Embriaguez do Sucesso”, de Alexander Mackendrick, com Burt Lancaster, foi convocado para servir o Exército. A experiência na Coreia fortaleceu sua vocação pacifista.
Foi um dos pistoleiros de “Sete Homens e Um Destino”, a versão inicial, que John Sturges adaptou, em 1960, do clássico de Akira Kurosawa, “Os Sete Samurais”. Entre numerosos filmes, participou de “Bullitt”, “Inferno na Torre”, “Superman III” etc. A TV o consolidou com a série “O Agente da U.N.C.L.E.” Em 1977, ganhou o Emmy, o Oscar da TV, de coadjuvante por “Washington – Behind Closed Doors”. Há anos lutava contra a leucemia. Deixa a mulher, Linda, e dois filhos.