O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou que o atrito entre o governo brasileiro e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, atrapalhe as relações comerciais entre as duas nações. "Temos uma cooperação sólida", disse o ministro na noite desta segunda-feira, 19, em entrevista ao <i>Roda Viva</i>, da TV Cultura.
"Em nenhum momento estava na pauta qualquer rompimento de relações, pelo contrário, nós temos relações sólidas do Brasil com Israel que ultrapassam, inclusive, Netanyahu. Netanyahu é passageiro", disse. O ministro também voltou a criticar o primeiro-ministro israelense em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Se tem alguém isolado no mundo hoje é o Netanyahu, não o presidente Lula, se tem alguém isolado nas suas posições, nas suas práticas, é o Netanyahu, não o presidente Lula".
O ministro brasileiro também afirmou que a intenção do governo é expandir cada vez mais a cooperação com Israel, pontuando que a administração Netanyahu é um "governo de ocasião".
<b>Atrito</b>
Israel passou a considerar nesta segunda-feira, 19, o presidente Lula como "persona non grata" até que ele se desculpe pelas declarações comparando as ações do Exército israelense na Faixa de Gaza ao Holocausto.
A decisão foi informada ao embaixador do Brasil em Tel-Aviv, Frederico Meyer, no Museu do Holocausto, onde ele recebeu também uma aula sobre o genocídio cometido pelos nazistas contra 6 milhões de judeus. Sem sinal de distensão em Brasília, o governo brasileiro chamou Meyer de volta ao País.
O assessor para assuntos internacionais do presidente Lula e ex-chanceler, Celso Amorim, disse que não houve erro nenhum na fala do presidente.