Variedades

Atriz tornou-se principal intérprete de Plínio Marcos

Em Rainhas do Orinoco, Walderez de Barros está novamente protagonizando um espetáculo ao lado de Gabriel Villela, que também a dirigiu em Hécuba. Em mais de 50 anos de carreira, trata-se de uma intérprete reconhecida pelos longos e profícuos laços que estabelece com outros criadores.

Conduzida por Jorge Takla, interpretou grandes títulos do teatro, entre eles Medeia, de Eurípedes, e O Jardim das Cerejeiras e A Gaivota, ambos de Anton Chekhov.

Sua mais longeva parceria, porém, se deu com um autor: Plínio Marcos, com quem foi casada e de quem encenou as principais peças: Navalha na Carne, em 1967; Homens de Papel, também em 1967; Quando as Máquinas Param, em 1971; Balada de um Palhaço, em 1986; Querô – Uma Reportagem Maldita, em 1993.

Para encenar Abajur Lilás, de 1969, teve que travar uma longa batalha. Escrita logo após o AI-5, a obra surgia como uma metáfora da ditadura em curso à época e foi, por isso mesmo, censurada. Uma nova tentativa de montar o texto foi feita em 1975, quando deveria ser dirigida por Antonio Abujamra. A liberação só veio com a abertura do regime, em 1980, com encenação assinada por Fauzi Arap.

Distante do estereótipo da estrela, Walderez notabiliza-se pelo sólido percurso no teatro, capaz de percorrer das tintas mais escuras – traço que aparece em suas interpretações trágicas, por exemplo – até os matizes mais delicados, ou mesmo cômicos, como os evidenciados na montagem que agora protagoniza no teatro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Posso ajudar?