O motorista de 25 anos que atropelou e matou 10 pessoas em Toronto, no Canadá, recebeu dez acusações de homicídio em 1º grau e outras 13 por tentativa de homicídio. Alek Minassian compareceu diante do tribunal da cidade nesta terça-feira, 24, algemado. O juiz ordenou sua detenção sem possibilidade de fiança e marcou a próxima audiência para o dia 10 de maio. Seu pai estava na audiência e pediu desculpas às famílias das vítimas.
A polícia reúne provas para entender a motivação de Minassian. Cerca de 20 policiais percorreram o caminho da van pela rua Yonge, que foi fechada ao tráfego na segunda-feira. Apesar de desconhecerem a causa do atropelamento, as autoridades evitam fazer ligação com terrorismo. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que nenhum elemento de ameaça à segurança nacional está presente no caso. Em entrevista coletiva, ele afirmou que o atropelamento “não mudou o nível geral de ameaças no Canadá”.
O chefe de polícia de Toronto, Mark Saunders, também reiterou que não parece se tratar de terrorismo, apesar de “o incidente definitivamente parecer deliberado”. Saunders informou que Minassian morava num subúrbio da cidade e não tinha passagens pela polícia. Ele acrescentou que a investigação está focada nos testemunhos e vídeos de câmeras de segurança. “Precisamos de cada peça deste quebra-cabeça para que possamos ter uma imagem completa e explicar exatamente o que aconteceu aqui”, disse.
O incidente aconteceu no início da tarde, quando as ruas estavam lotadas de pessoas aproveitando o primeiro dia da primavera. A van subiu na calçada e começou a atropelar pedestres. “Ele começou a bater em todos, bateu em cada pessoa na calçada. Qualquer um que estivesse em seu caminho ele atropelaria”, disse Ali Shaker, que estava dirigindo perto do local.
Outra testemunha, Peter Kang, disse que o motorista não fez nenhum esforço para parar. “Se fosse um acidente ele teria parado, mas ele foi atravessando a calçada. Ele poderia ter parado”, afirmou.
Phil Zullo estava presente quando a polícia prendeu Minassian e testemunhou as equipes de emergência atendendo as vítimas. “Eu devo ter visto cerca de cinco, seis pessoas sendo ressuscitadas por quem passava e por motoristas de ambulância. Foi horrível. Brutal.”