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ATT: Vice-presidente dos EUA reconhece real possibilidade de guerra na Europa

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Na nota publicada às 11:00 há uma incorreção na primeira frase quanto ao cargo, que é de vice-presidente e não presidente, como constou. O título está correto, bem como demais menções ao longo do texto. Segue versão corrigida:

Munique, 20/02/2022 – A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse neste domingo que a Europa pode estar em seu momento mais perigoso desde o fim da Segunda Guerra Mundial. "Já se passaram mais de 70 anos e ao longo desses 70 anos… houve paz e segurança", disse ela. "Estamos falando sobre a possibilidade real de guerra na Europa", afirmou Kamala a repórteres, durante a Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha.

A vice-presidente tentou convencer os aliados dos EUA de que a rápida escalada das tensões na fronteira da Ucrânia com a Rússia significa que a segurança europeia está sob "ameaça direta" e que deveria haver apoio unificado para sanções econômicas caso o Kremlin invada seu vizinho.

"Estamos falando sobre o potencial de guerra na Europa. Vamos realmente tirar um momento para entender o significado do que estamos falando", afirmou Kamala antes de seu retorno a Washington.

O presidente Joe Biden deve se reunir com sua equipe de segurança nacional no fim deste domingo em Washington para discutir os desdobramentos. Kamala planeja participar enquanto estiver voando de volta da Alemanha. Antes de deixar Munique, ela e sua equipe informaram ao grupo em Washington sobre as reuniões e conversas na conferência.

Durante uma série de reuniões com líderes globais e em seu discurso na conferência, Kamala destacou se tratar de momento "definitivo" e "decisivo" para o mundo. Ela se reuniu com o presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, os líderes das três nações bálticas, o chanceler alemão Olaf Scholz e o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis.

Biden enviou Kamala à Alemanha com ordens diretas de ampliar a preocupação de que uma invasão russa era altamente provável e deixar claro aos aliados europeus que eles devem estar prontos para impor as sanções mais duras já estabelecidas para Moscou. Ela disse a repórteres que uma invasão e sanções à Rússia provavelmente teriam também custos para os americanos. "Quando os Estados Unidos defendem princípios e todas as coisas que prezamos, às vezes é necessário que nos coloquemos lá de uma maneira que talvez incorra em algum custo", disse ela. "Nesta situação, isso pode estar relacionado aos custos de energia".

A aparição da vice-presidente em Munique foi ofuscada pela declaração de Biden da Casa Branca na sexta-feira, de que estava "convencido" de que Putin havia decidido invadir. O impacto de sua mensagem de unidade na Europa também foi superado pela declaração de Zelensky, que questionou, logo após a reunião com Kamala no sábado, por que EUA e Europa estavam esperando para impor sanções contra a Rússia. Segundo Zelensky, sanções após a ocupação de partes da Ucrânia trariam pouco conforto. Ele repetiu o desejo da Ucrânia de ingressar na Otan, enquanto Putin exige garantias de que isso não ocorrerá.

Kamala Harris disse que não opinaria sobre os "desejos" de Zelensky para o seu país e apoiou a decisão dos EUA de adiar as sanções preventivas. "O objetivo das sanções sempre foi e continua sendo dissuasão", afirmou.

Harris também ouviu de líderes de países bálticos, que temem que seus países sejam os próximos alvos da Rússia, apelos para aumentar o número de tropas dos EUA nestas regiões. O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, exortou os EUA a fazerem ainda mais e criar uma "presença permanente" na Lituânia. Atualmente, os EUA enviam um pequeno contingente de tropas para o país de forma rotativa.

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, ecoou o apelo. "Perdemos nossa independência para a Rússia uma vez e não queremos que isso aconteça novamente", disse ela. Harris não fez promessas, embora tenha previsto em seu discurso na conferência que os EUA "reforçarão ainda mais nossos aliados da Otan no flanco leste" se a Rússia invadir a Ucrânia. Fonte: Associated Press.

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