Empresas dos EUA que tentam obter a isenção das tarifas sobre o aço importado estão acusando siderúrgicas norte-americanas de espalhar informações imprecisas e enganosas e temem que isso possa prejudicar seus pedidos. O presidente da NLMK USA, Robert Miller, disse que as objeções levantadas pela US
Steel e Nucor em seu pedido de isenção são “inverdades literais”. Segundo ele,
a empresa, que importa enormes placas de aço da Rússia, já pagou US$ 80 milhões em tributos e será forçada a sair do negócio se não for dispensada da tarifa de 25%.
U.S. Steel e Nucor são dois dos maiores produtores de aço dos EUA. “Eles deveriam ter vergonha de si mesmos”, disse Miller, que emprega mais de 1.100 pessoas em usinas na Pensilvânia e Indiana. O ressentimento do executivo, ecoado por vários outras empresas, é evidência da forte reação a como o Departamento de Comércio está avaliando os pedidos para evitar o imposto sobre as importações de aço. Eles temem que a agência seja influenciada pela oposição da U.S. Steel, Nucor e outros fornecedores nacionais de aço, que dizem terem sido afetados injustamente por um excesso de importações e apoiam a tarifa de Trump.
Miller se irritou com a insistência da Nucor e da U.S. Steel em dizer que a placa de aço que a NLMK USA importa é prontamente disponível nos Estados Unidos. “Isso não é verdade”, disse. Sua empresa não é a única que procura no exterior um produto descrito como sendo consistentemente em falta nos EUA. A California Steel Industries, uma fábrica localizada na Califórnia, descreveu a escassez de placas como “aguda” na Costa Oeste do país e declarou que seu pedido de isenção é crítico para sua sobrevivência.
Em sua defesa, a U.S. Steel declarou que suas objeções são baseadas em informações detalhadas sobre a dimensões e a composição química do aço incluído nos pedidos. “Nós lemos o que é postado publicamente e respondemos”, disse a porta-voz Meghan Cox. A Nucor não respondeu os pedidos de comentários.
Os 20 mil pedidos de isenção que o Departamento de Comércio recebeu ilustram o caos e a incerteza desencadeados pela guerra comercial de Trump contra aliados e adversários dos EUA. É uma batalha que os críticos de sua política de comércio, incluindo um número de legisladores republicanos, têm advertido ser equivocada
e que acabará prejudicando as empresas dos EUA.
Trump e líderes europeus concordaram na quarta-feira passada em não aumentar as disputas sobre o comércio, mas as tarifas sobre o aço e alumínio importados permanecem em vigor enquanto EUA e Europa buscam um acordo de comércio mais amplo. Os impostos sobre metais continuariam a atingir outros parceiros comerciais dos EUA, como Canadá, México e Japão, mesmo que os EUA e a UE façam um acordo.
Fonte: Associated Press