Quando o prefeito Sebastião Almeida (PT), logo após conseguir se reeleger, enviou um projeto de lei à Câmara para o reajuste da Planta Genérica de Valores (PGV), entidades da cidade, como a Associação Comercial e Empresarial (ACE), alertaram que a medida implicaria em reajustes astronômicos no IPTU de 2013. Não deu outra.
Por mais que o prefeito tenha – de forma matreira – colocado um limitador de 30% para o reajuste da PGV para conseguir que o projeto fosse aprovado pela Câmara já no apagar das luzes de 2012, o aumento do valor do IPTU chega a 600% nos carnês que começarão a chegar às mãos dos contribuintes nos próximos dias.
O GuarulhosWeb recebeu várias mensagens de leitores que consultaram os valores no site da Prefeitura, indignados com os índices apurados. Um morador da Vila Rosália denunciou aumento de 172%. Uma outra afirmou que passou de R$700,00 em 2012 para R$ 1.800,00 neste ano.
O jornal Folha Metropolitana desta terça-feira trouxe reportagem em que aponta reajuste de 621% em um imóvel da avenida Armando Bei, na Vila Nova Bonsucesso. Passou de R$ 618,43 para R$ 4.458,98. No Jardim América, o aumento foi de 248%, saltando de R$ 712,75 para R$ 2.478,39. Os exemplos não param por aí. Até na região central, onde não houve grandes melhorias urbanísticas, o que poderia justificar algum aumento, há reajustes absurdos. Na avenida Paulo Faccini, o IPTU cresceu 104%.
O projeto inicial de Almeida limitava o reajuste da PGV em 60%. Após protestos de alguns poucos vereadores da Oposição, um acordo fixou o limitador em 30%. Mesmo assim, a palavra do prefeito era apenas mais uma falácia. Na prática, o contribuinte está sofrendo mais um golpe ao se defrontar com os verdadeiros aumentos.
Na Câmara, 24 vereadores – ainda da legislatura passada – votaram segundo as ordens do Executivo. Os únicos oito que rejeitaram a proposta e ficaram ao lado dos eleitores foram Geraldo Celestino (PSDB), Romildo Santos (PSDB), Eduardo Carneiro (PSDB), José Mario (PSDB), Vitor da Farmácia (PSDB), Ricardo Rui (PPS), Guti (PV), Professor Auriel (PT). Carneiro, José Mario e Ricardo Rui não se reelegeram. Os demais continuam na Câmara.
