Os aumentos de preços de itens não alimentícios foram responsáveis por 95% da inflação oficial no País em 2023. Enquanto os itens alimentícios subiram 1,03% em 2023, os preços dos não alimentícios avançaram 5,62%, uma contribuição de 4,39 pontos porcentuais para a taxa de 4,62% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os 10 itens de maior impacto, que responderam juntos por quase 65% do IPCA em 2023, apenas dois eram de alimentos: refeição fora de casa (alta de 4,34%) e arroz (24,54%).
Os demais eram não alimentícios: gasolina (12,09%), emplacamento e licença (21,22%), plano de saúde (11,52%), energia elétrica residencial (9,52%), passagem aérea (47,24%), taxa de água e esgoto (10,08%), ensino fundamental (10,63%) e condomínio (6,74%).
No caso do plano de saúde, em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou o teto para reajuste dos planos individuais novos (posteriores à lei nº 9.656/98) em 9,63% para o período de maio de 2023 a abril de 2024.
"A partir de outubro, foram incorporadas as frações referentes aos planos antigos, com vigência retroativa a julho. Destaca-se, ainda, a alta de 5,83% dos produtos farmacêuticos. Em 31 de março de 2023, passou a valer o reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos", apontou o IBGE.
A alta na energia elétrica residencial no ano ocorreu a despeito de ter vigorado, ao longo de todo o ano de 2023, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas faturas.
Ainda em habitação, ficaram mais caros em 2023 a taxa de água e esgoto (10,08%), o condomínio (6,74%) e o aluguel residencial (3,21%). Por outro lado, houve queda de 6,89% no gás de botijão, com impacto de -0,10 ponto porcentual no IPCA do ano.
"Ao longo de 2023, a gente teve diversas reduções aplicadas pela Petrobras, e isso acabou se refletindo para o consumidor final", justificou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.