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Ausência de Del Nero na Fifa pode ser decisiva para banimento, alertam dirigentes

Nesta sexta-feira, o presidente afastado da CBF, Marco Polo del Nero, será interrogado pelos investigadores da Fifa, enquanto seus advogados admitem que o processo é uma “total incógnita”. Sem poder viajar à Suíça sob o risco de ser preso, o interrogatório ocorrerá por videoconferência e será fundamental para determinar o destino do dirigente.

Falando sob a condição de anonimato, um membro do alto escalão da Fifa admite que a ausência do brasileiro em Zurique pesará, já que ficará claro que ele tem sérios problemas com a Justiça. Marco Polo Del Nero estará no Rio de Janeiro durante o questionamento.

No final de 2017, a Fifa o afastou do futebol por suspeitas de corrupção e, até abril, o irá julgar. Por considerar que é inocente, Marco Polo Del Nero tem declarado internamente que vai provar que não existem indícios contra ele e que o exame seria a oportunidade para que o caso seja esclarecido diante da Fifa.

Mas aliados do brasileiro também insistem que as acusações fazem parte de um jogo político na Fifa e que, portanto, o processo estaria “viciado” e repleto de irregularidades. O temor de seus parceiros é de que uma decisão de afastar Marco Polo Del Nero já tenha sido tomada na Fifa, que quer se desfazer de qualquer tipo de suspeitas às vésperas da Copa do Mundo na Rússia. O brasileiro, porém, é o último cartola da onda de prisões e acusações de corrupção que estaria em uma posição de poder.

O Comitê de Ética da entidade já recebeu a defesa por escrito do brasileiro na última segunda-feira. Agora irá questionar os advogados e o próprio Marco Polo Del Nero.

Em Nova York, nos Estados Unidos, ele é acusado de corrupção na CBF e de ter recebido US$ 6,5 milhões em propinas. A defesa do brasileiro, porém, insiste que não existem provas materiais de que ele tenha recebido esse dinheiro. A posição dos advogados é de que todo o processo está baseado apenas em denúncias de testemunhas.

A defesa também vai insistir que a situação não é similar a de José Maria Marin, ex-presidente da CBF e condenado nos Estados Unidos pelos mesmos crimes de Marco Polo Del Nero. No caso de Marin, as provas existiriam.

Outro argumento que será utilizado é o da interferência externa no caso. De acordo com os advogados, a Fifa não produziu um só documento contra Marco Polo Del Nero em mais de dois anos de investigações. Para o afastar, a entidade usou de forma integral a acusação dos promotores de Nova York. Isso, na visão da defesa, seria uma irregularidade e demonstraria um processo “viciado”.

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