O australiano Richard Flanagan venceu nesta terça-feira, 14, o Man Booker Prize por seu romance The Narrow Road to the Deep North, inédito no País. A obra, que levou 12 anos para ser escrita, é dedicada ao pai do autor, prisioneiro do exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial e cuja experiência é resgatada nessa história centrada na construção de uma estrada de ferro durante os conflitos. Esta é sua sexta obra – duas delas saíram no Brasil: A Terrorista Desconhecida e O Livro dos Peixes de William Gould (esgotado).
Flanagan concorria com nomes como Ali Smith (How To Be Both), Howard Jacobson (J, a ser publicado pela Bertrand), Neel Mukherjee (The Lives of Others), Joshua Ferris (To Rise Again at a Decent Hour) e Karen Joy Fowler (We Are All Completely Beside Ourselves, que sairá pela Rocco).
O Man Booker Prize é considerado o mais prestigioso prêmio dado a autores de língua inglesa. Desde sua criação, em 1969, até o ano passado, ele premiou escritores do Reino Unido, Irlanda e Commonwealth. Mas este ano, pela primeira vez, ele incluiu americanos na disputa – e isso dividiu opiniões. Vencedor duas vezes do Booker, o australiano Peter Carey, por exemplo, disse em entrevista ao Guardian que é inimaginável que o Pulitzer ou o National Book Award, dos Estados Unidos, abram seus prêmios aos britânicos e australianos. Desde 2005 e a cada dois anos, escritores de outros países publicados no Reino Unido já concorrem ao Man Booker International Prize.
Os vencedores dos últimos três anos foram Eleanor Catton (2013), com Os Luminares (Globo), Hilary Mantel (2012), com O Livro de Henrique (Record) e Julian Barnes (2011), com O Sentido de um Fim (Rocco).