Austrália e Canadá rejeitam política de austeridade fiscal em meio à pandemia

Autoridades financeiras do Canadá e da Austrália rejeitaram, em declarações concedidas ontem, uma política de maior austeridade fiscal em meio à pandemia da covid-19. A ministra das Finanças do Canadá, Chrystia Freeland, disse que o governo pode precisar introduzir uma nova rodada de medidas de gastos nos próximos meses, já que uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus está em andamento na maior parte do país. "É altamente possível que precisemos de um pouco mais de apoio", disse Freeland, em uma entrevista à <i>Canadian Broadcasting Corp</i>.

Freeland, que também atua como vice-primeira-ministra, defendeu as medidas de gastos adotadas até o momento, dizendo que o custo para a economia seria mais acentuado se o governo não agisse de forma agressiva. Questionada sobre quando os gastos agressivos podem parar, Freeland rebateu que não se sabe quando a pandemia vai acabar. "Você sabe quando a Covid-19 vai acabar? Enquanto estivermos lutando contra esta pandemia, não podemos inutilizar ferramentas", afirmou.

No caso da Austrália, o secretário do Tesouro do país, Josh Frydenberg, descartou a estratégia fiscal de longa data do governo de buscar superávits orçamentários, argumentando que a nova meta é fazer com que o desemprego fique abaixo de 6% de forma sustentável ao longo do tempo. Para o secretário, medidas de austeridade e elevação de impostos neste momento paralisariam a recuperação econômica e traria danos duradouros às contas públicas. "Nossa estratégia fiscal anterior nos serviu bem … mas agora seria prejudicial para a economia e irrealista almejar superávits em relação às estimativas futuras, dado o que isso exigiria de nós aumentos significativos de impostos e grandes cortes para serviços essenciais ", declarou Frydenberg, na noite de ontem, em um discurso a líderes empresariais.

O secretário disse também que o governo australiano irá apresentar uma segunda fase de plano de recuperação econômica, com inclusive medidas fiscais, para estimular geração de empregos e investimentos do setor privado. Segundo Frydenberg, a estratégia fiscal revisada do país será totalmente detalhada no orçamento do governo em 6 de outubro. Fonte: Dow Jones Newswires.

Posso ajudar?