O governo militar da Tailândia afirmou que autoridades buscam Yingluck Shinawatra, a ex-primeira-ministra cuja administração foi derrubada em um golpe há três anos. Yingluck não compareceu a um tribunal para ouvir um veredicto nesta sexta-feira, em um caso criminal que pode resultar em uma pena de 10 anos de prisão para ela.
O paradeiro da ex-premiê ainda não era conhecido e havia especulações sobre uma eventual fuga dela do país. O advogado dela não pôde ser encontrado para comentar o caso.
Uma autoridade do partido da ex-premiê, o Pheu Thai, disse que ela deixou a Tailândia. A fonte não deu detalhes e pediu anonimato.
Yingluck tornou-se a primeira mulher a assumir o comando da política tailandesa, em 2011, mas foi acusada de negligência no monitoramento de um programa de subsídio ao arroz do país. Ela garante ser inocente e diz que as acusações tinham motivação política.
Um veredicto deveria sair na sexta-feira, mas Yingluck não apareceu. Um magistrado leu um comunicado segundo o qual os advogados dela haviam informado a corte que ela não compareceria por causa de uma dor de ouvido. O juiz disse que o tribunal não acreditava na desculpa, já que nenhum atestado médico foi entregue. O juiz afirmou que um mandado de busca deve ser emitido e anunciou que o julgamento seria adiado para 27 de setembro.
Em Bangcoc, o atual premiê, Prayuth Chan-ocha, líder militar que atuou pela derrubada da ex-premiê em 2014, disse que não sabia onde Yingluck estava, mas que o governo realizava buscas.
O irmão de Yingluck, Thaksin Shinawatra, também foi premiê, mas acabou deposto em um golpe em 2006. Thaksin tem vivido em Dubai e fugiu de uma condenação por corrupção por dizer que o processo tinha motivação política. Ele tem evitado tratar do caso da irmã, aparentemente para não gerar uma reação negativa em seu país de origem. Fonte: Associated Press.